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ONS considera corte de até 10% para garantir abastecimento

A informação consta da última previsão feita pelo operador sobre as perspectivas de chuvas até o fim de fevereiro

Chuva: apesar do cenário crítico, a incidência de chuvas nos últimos dias pode reverter o quadro mais pessimista (Image Source White/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2015 às 08h06.

Brasília - A escassez de água nos principais reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste já leva o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a considerar a necessidade de um corte de até 10% da carga de energia do País para garantir o abastecimento.

A informação consta da última previsão feita pelo operador sobre as perspectivas de chuvas até o fim de fevereiro.

Em suas estimativas mais conservadoras, o ONS trabalha com a possibilidade de que fevereiro registre apenas 43% da média histórica de chuvas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Se essa média se confirmar, o custo da geração térmica de energia pode explodir e chegar a valores recordes de R$ 3.158 pelo megawatt/hora.

Na prática, esse custo romperia o segundo nível de déficit de energia estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - de R$ 3.064,15 por MWh.

O corte de energia não é uma exigência feita do ONS. Trata-se de uma recomendação feita pelo sistema de monitoramento, a partir das condições de geração apresentadas.

Neste ano, o preço da geração térmica tem batido recordes sucessivos. Na última semana, chegou a R$ 2.158, 57 o MWh, ultrapassando o primeiro nível estabelecido pela Aneel (R$ 1.420,34), que recomenda um corte de 5% da carga.

Apesar do cenário crítico, a incidência de chuvas nos últimos dias pode reverter o quadro mais pessimista. Na terça-feira, 10, as Regiões Sudeste e Centro-Oeste registraram 46% da média histórica de chuvas.

Na perspectiva mais otimista apontada pelo ONS, as duas regiões poderiam registrar até 60% da média neste mês, mas o balanço mais razoável aguarda 51% do volume histórico.

Depois de quedas sucessivas em pleno mês de janeiro, os reservatórios do SE/CE voltaram a apontar índices positivos de água nos últimos dias. As duas regiões estão hoje com 17,4% da capacidade máxima, menos da metade dos 38% que possuíam um ano atrás.

Lentamente, os principais reservatórios do Nordeste também passaram a registrar saldo positivo de água nesta semana e hoje estão com 16,1% da capacidade total.

Ainda assim, estão distantes da situação de fevereiro de 2014, quando contavam com 42,8% do armazenamento máximo.

A elevação do custo das usinas térmicas está diretamente relacionada à redução de geração de energia pelas hidrelétricas. É a partir das condições meteorológicas e do parque de geração disponível que se mede o chamado Custo Marginal de Operação (CMO), ou seja, o custo pela insuficiência da oferta de energia para a população.

Todos os anos, a Aneel aprova quatro patamares de custos a serem considerados e quatro parâmetros de corte de energia correspondentes.

Neste ano, além dos tetos de R$ 1.420,34 e R$3.064,15, foi determinado também que, caso chegue a R$ 6.403,81, o corte sugerido fica entre 10% e 20%. Finalmente, se atingir R$ 7.276,40, a redução de consumo deve superar os 20%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo - A relação das cidades com as águas é um negócio curioso. Os homens sempre procuraram se fixar ao longo dos grandes rios para ter água e vias de transporte próximas. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento urbano acarretou a deterioração desses recursos hídricos, comprometendo sua quantidade e qualidade. No maior estado do Brasil, não foi diferente. A história de São Paulo com seus rios é marcada por ataques e danos, que se repetem até hoje e nos ajudam a entender a crise hídrica que assombra a região de um jeito diferente—mais integrado. Veja nas fotos 10 números que mostram o descaso do Estado paulista com este bem tão precioso.
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