SP: pode ser a maior temperatura desde 1943 ( Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 22 de setembro de 2023 às 11h33.
Última atualização em 22 de setembro de 2023 às 12h09.
A cidade de São Paulo pode registrar recorde de temperatura máxima neste final de semana, o primeiro da primavera, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Defesa Civil do estado.
É esperado uma média de 37,1ºC para o sábado. No domingo, a previsão é que o termômetro chegue aos 38ºC, número acima da máxima histórica registrada em 17 de outubro de 2014, quando os termômetros marcaram 37,8ºC, sendo o recorde absoluto. A temperatura máxima já registrada em São Paulo no mês de setembro foi de 37,1°C, durante a onda de calor de 2020. As altas temperaturas na capital devem durar até o início da próxima semana.
O CGE também aponta que outras cidades do estado devem atingir recorde de máxima. Em Araçatuba, no interior do estado, os termômetros podem chegar aos 41ºC. Bauru também deve bater 40ºC no fim de semana. Para a região do Vale do Paraíba, a previsão é de que neste final de semana a máxima seja de 37°C. Taubaté e Guaratinguetá, os termômetros podem atingir 38°C.
Veja a lista de maiores temperaturas em cidade, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet):
Segundo o Inmet, o calor intenso em São Paulo, e em boa parte do Brasil, acontece por uma forte massa de ar quente e seca que incide sobre o país. O fenômeno está aliado a um sistema de alta pressão, que caracteriza um bloqueio atmosférico, que mantém o tempo quente e seco até o final da estação do inverno.
O principal motivo para o calor nos últimos meses é o fenômeno El Ninõ, que se caracteriza pelo aumento da temperatura nas águas do Oceano Pacífico Equatorial. Na região sudeste do país, ele contribui para o aumento das temperaturas médias, ou seja, favorece a ainda mais a frequência de dias mais quentes.
Segundo a Defesa Civil de SP, estudos recentes apontam que uma mudança brusca nos ventos alísios que cortam a região, especialmente o enfraquecimento desses ventos, tem gerado um avanço das correntes marítimas de água quente nas regiões geográficas do centro-sul do oceano Pacífico, culminando assim no aumento das temperaturas locais das águas oceânicas. Essa mudança resulta justamente no aquecimento das águas desse oceano e, por consequência, em mudanças consideráveis nas condições das massas de ar, correntes marítimas e pressões atmosféricas, que por sua vez provocam diversas anomalias climáticas em diferentes regiões do globo, especialmente na sua porção tropical, modificando assim os regimes de temperaturas e precipitações globais.
A onda de altas temperaturas também causa a queda significativa nos índices de umidade presente no ar, para as Regiões Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista, Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, Região de Itapeva e Litoral Norte, Regiões de Campinas, Sorocaba, Bauru, Araraquara, Presidente Prudente, Marília, Ribeirão Preto, Franca, Barretos, Araçatuba e São José do Rio Preto.
Na Região Metropolitana da Capital, nas Regiões do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Baixada Santista os índices de Umidade Relativa do Ar devem ficar abaixo de 30%. Já para as Regiões de Campinas e Sorocaba, no Vale do Ribeira e Região de Itapeva, os valores de Umidade Relativa do Ar podem ficar abaixo de 25%. Nas Regiões de Ribeirão Preto, Franca, Barretos, Bauru, Araraquara, Presidente Prudente, Marília, Araçatuba e São José do Rio Preto os índices devem ficar abaixo dos 20%, atingindo níveis críticos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os valores considerados adequados para a saúde devem estar entre 50% e 60%. Para enfrentar os efeitos no organismo, a recomendação principal é manter a hidratação.
No caso do tempo seco, acende-se ainda o alerta para o aumento da possibilidade de transmissão de doenças infeccionais virais e bacterianas, assim como pode haver o agravamento do quadro de pessoas que sofrem de alergias respiratórias.
Com a baixa umidade relativa do ar, observa-se também o aumento da irritação de todas as mucosas, como a ocular e a nasal, até a sensação de boca mais seca.