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Odebrecht quer Dilma e mais 14 como suas testemunhas

Ao arrolar Dilma, Mantega, Palocci, Edinho e mais onze pessoas como testemunhas, o empreiteiro não explica o que espera que tais autoridades digam a seu favor

Odebrecht: ao arrolar Dilma, Mantega, Palocci, Edinho e mais onze pessoas como testemunhas, o empreiteiro não explica o que espera que tais autoridades digam a seu favor (Rodolfo Burher/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2016 às 17h59.

São Paulo - Menos de uma semana após ser afastada temporariamente da presidência da República por decisão do Senado , Dilma Rousseff (PT) foi arrolada como testemunha do maior empreiteiro do país, Marcelo Odebrecht , na Lava Jato .

O nome da petista aparece em último na lista de 15 pessoas que o empreiteiro, já condenado a 19 anos e quatro meses de prisão em uma das ações penais da Lava Jato, arrolou como testemunhas que a defesa considera serem "imprescindíveis" de serem ouvidas.

Além da petista, Odebrecht solicita como testemunhas os ex-ministros da Fazenda nos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci e Guido Mantega, respectivamente, além do ex-ministro da Secretaria de Comunicação no governo Dilma, Edinho Silva.

Ao arrolar Dilma, Mantega, Palocci, Edinho e mais onze pessoas como suas testemunhas, o empreiteiro não explica o que espera que tais autoridades digam a seu favor perante a Justiça.

O juiz Sérgio Moro , responsável pela Lava Jato em 1ª instância, pode exigir que o empreiteiro explique a razão de ter arrolado tais pessoas, a exemplo do que fez com outros réus que chamaram políticos e até ministros para suas defesas na Lava Jato.

A lista de testemunhas faz parte da defesa prévia de Odebrecht, primeira manifestação dos advogados do empresário após a denúncia contra ele ser aceita pelo juiz Sérgio Moro.

Os advogados do executivo pedem, inicialmente, que ele seja absolvido das acusações e que, caso o juiz Moro siga com a ação, sejam ouvidas as testemunhas dele.

Nesta ação penal, Marcelo Odebrecht é acusado de liderar o "departamento de propinas" da Odebrecht, revelado pela Operação Xepa, 26ª fase da Lava Jato.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o empreiteiro tinha conhecimento do departamento e, inclusive, teria atuado para desmontá-lo e proteger os funcionários das investigações.

Ao todo, são 12 réus acusados de formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção, incluindo o publicitário João Santana e sua sócia e mulher Mônica Moura, marqueteiros das campanhas eleitorais de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014).

Também foi denunciada Maria Lúcia Tavares, ex-secretária que atuava no Setor de Operações Estruturadas, nome oficial do "departamento de propinas" da Odebrecht. Ela fez acordo de colaboração e revelou como funcionava o esquema de pagamentos ilícitos da empreiteira.

Nesta acusação, o Ministério Público Federal delimitou a denúncia aos repasses do setor de propinas para o casal de marqueteiros, que teriam recebido US$ 6,4 milhões no exterior de contas atribuídas à Odebrecht e R$ 23,5 milhões no Brasil.

Além dos funcionários do setor da empreiteira, que tinham um software próprio para fazer a contabilidade da propina e um outro, chamado Drousys, em que eles se comunicavam por apelidos, o MPF afirma na denúncia que dois doleiros também teriam atuado para o "departamento da propina", por meio de operações dólar-cabo, nas quais eles recebiam repasses da Odebrecht no exterior e disponibilizavam em dinheiro vivo no Brasil.

Ao todo foram 45 pagamentos aos marqueteiros no Brasil, de 24 de outubro 2014, ainda durante o período eleitoral, até 22 de maio 2015, "o que mostra um acinte em relação à Justiça", afirmou o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, ao explicar a acusação.

"Eles (Odebrecht) não paravam de cometer crimes, o que reforça a necessidade da manutenção da prisão de Marcelo Odebrecht", seguiu Dallagnol, que fez duras críticas à postura da empreiteira ao longo das investigações.

A denúncia do setor de propinas não tem relação com a Petrobras. As investigações da Lava Jato revelaram que o setor de propinas movimentou muito mais dinheiro, sem relação com a estatal petrolífera, e para muitos outros destinatários envolvendo inclusive outras obras da empresa. Estes casos ainda estão sob investigação.

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São Paulo - Menos de uma semana após ser afastada temporariamente da presidência da República por decisão do Senado , Dilma Rousseff (PT) foi arrolada como testemunha do maior empreiteiro do país, Marcelo Odebrecht , na Lava Jato .

O nome da petista aparece em último na lista de 15 pessoas que o empreiteiro, já condenado a 19 anos e quatro meses de prisão em uma das ações penais da Lava Jato, arrolou como testemunhas que a defesa considera serem "imprescindíveis" de serem ouvidas.

Além da petista, Odebrecht solicita como testemunhas os ex-ministros da Fazenda nos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci e Guido Mantega, respectivamente, além do ex-ministro da Secretaria de Comunicação no governo Dilma, Edinho Silva.

Ao arrolar Dilma, Mantega, Palocci, Edinho e mais onze pessoas como suas testemunhas, o empreiteiro não explica o que espera que tais autoridades digam a seu favor perante a Justiça.

O juiz Sérgio Moro , responsável pela Lava Jato em 1ª instância, pode exigir que o empreiteiro explique a razão de ter arrolado tais pessoas, a exemplo do que fez com outros réus que chamaram políticos e até ministros para suas defesas na Lava Jato.

A lista de testemunhas faz parte da defesa prévia de Odebrecht, primeira manifestação dos advogados do empresário após a denúncia contra ele ser aceita pelo juiz Sérgio Moro.

Os advogados do executivo pedem, inicialmente, que ele seja absolvido das acusações e que, caso o juiz Moro siga com a ação, sejam ouvidas as testemunhas dele.

Nesta ação penal, Marcelo Odebrecht é acusado de liderar o "departamento de propinas" da Odebrecht, revelado pela Operação Xepa, 26ª fase da Lava Jato.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o empreiteiro tinha conhecimento do departamento e, inclusive, teria atuado para desmontá-lo e proteger os funcionários das investigações.

Ao todo, são 12 réus acusados de formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção, incluindo o publicitário João Santana e sua sócia e mulher Mônica Moura, marqueteiros das campanhas eleitorais de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014).

Também foi denunciada Maria Lúcia Tavares, ex-secretária que atuava no Setor de Operações Estruturadas, nome oficial do "departamento de propinas" da Odebrecht. Ela fez acordo de colaboração e revelou como funcionava o esquema de pagamentos ilícitos da empreiteira.

Nesta acusação, o Ministério Público Federal delimitou a denúncia aos repasses do setor de propinas para o casal de marqueteiros, que teriam recebido US$ 6,4 milhões no exterior de contas atribuídas à Odebrecht e R$ 23,5 milhões no Brasil.

Além dos funcionários do setor da empreiteira, que tinham um software próprio para fazer a contabilidade da propina e um outro, chamado Drousys, em que eles se comunicavam por apelidos, o MPF afirma na denúncia que dois doleiros também teriam atuado para o "departamento da propina", por meio de operações dólar-cabo, nas quais eles recebiam repasses da Odebrecht no exterior e disponibilizavam em dinheiro vivo no Brasil.

Ao todo foram 45 pagamentos aos marqueteiros no Brasil, de 24 de outubro 2014, ainda durante o período eleitoral, até 22 de maio 2015, "o que mostra um acinte em relação à Justiça", afirmou o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, ao explicar a acusação.

"Eles (Odebrecht) não paravam de cometer crimes, o que reforça a necessidade da manutenção da prisão de Marcelo Odebrecht", seguiu Dallagnol, que fez duras críticas à postura da empreiteira ao longo das investigações.

A denúncia do setor de propinas não tem relação com a Petrobras. As investigações da Lava Jato revelaram que o setor de propinas movimentou muito mais dinheiro, sem relação com a estatal petrolífera, e para muitos outros destinatários envolvendo inclusive outras obras da empresa. Estes casos ainda estão sob investigação.

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