(Antonio Cruz/Agência Brasil)
Valéria Bretas
Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 08h30.
Última atualização em 9 de dezembro de 2016 às 11h24.
São Paulo – Em seu acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato, a Odebrecht teria revelado que pagou caixa dois em dinheiro vivo para as campanhas de 2010 e 2014 do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (9), duas pessoas foram citadas como intermediárias dos repasses.
Os delatores da empreiteira teriam confessado o pagamento de R$ 2 milhões ao empresário Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama, Lu Alckmin. A entrega teria sido realizada no próprio escritório de Ribeiro, em São Paulo.
O outro intermediário, de acordo com o jornal, seria o atual secretário de Planejamento do governo paulista, Marcos Monteiro, que teria operado o caixa dois para a campanha de reeleição do tucano em 2014.
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não constam doações diretas da Odebrecht para a conta da candidatura de Alckmin em 2010 e 2014.
Procurada pelo jornal Folha de S. Paulo, a assessoria de Alckmin informou que "é prematura qualquer conclusão com base em informações vazadas de delações não homologadas" e que "apenas os tesoureiros das campanhas, todos oficiais, foram autorizados pelo governador Geraldo Alckmin a arrecadar fundos dentro do que determina a legislação eleitoral".