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Odebrecht omitiu propina; Lula segue preso; Relatório climático da ONU critica Bolsonaro e Trump

 (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2019 às 07h17.

Última atualização em 26 de junho de 2019 às 07h23.

Odebrecht omitiu propina

Reportagem da revista Época publicada na noite desta terça-feira revela que a empreiteira Odebrecht omitiu o pagamento de propinas, segundo dados obtidos do sistema Drousys, que geria pagamentos a autoridades na empresa. A revelação é parte de uma investigação liderada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Segundo a Época, “a operação de compra de contratos da Odebrecht era ainda maior do que a empresa havia assumido e envolveu figuras proeminentes e projetos massivos de obras públicas não mencionados nos processos criminais ou outros inquéritos oficiais até agora.”

Lula segue preso

Após negar o primeiro habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta terça-feira (25) uma proposta do ministro Gilmar Mendes para conceder liberdade provisória e imediata ao petista. Por 3 votos a 2, o colegiado decidiu que o ex-presidente permanecerá na cadeia, até que o tribunal julgue definitivamente um recurso em que o ex-presidente acusa o ex-juiz federal Sergio Moro de agir com “parcialidade” ao condená-lo no caso do triplex do Guarujá.

“Se for verdade, Moro ultrapassou o limite ético”

O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que, se as mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil forem verdade, o ministro Sergio Moro ultrapassou um limite ao se relacionar com os procuradores da Lava Jato enquanto era juiz do caso em Curitiba. “Sendo verdade, ultrapassou o limite ético. Não era para ter tido conversa naquele nível”, afirmou o senador em encontro promovido pelo site Poder360. Alcolumbre observou, contudo, que ainda não é possível dizer que o conteúdo das mensagens reveladas pelo site seja verdadeiro. Apesar disso, ele afirmou enxergar dois pesos e duas medidas. “Se fosse um deputado ou um senador (no lugar de Moro), ele já estava cassado, preso e nem precisava provar se tinha hacker ou não”, disse.

Associação de juízes pede processo administrativo

Um grupo de trinta juízes da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) pediu a abertura de um processo administrativo para apuração interna dos diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil atribuídos ao atual ministro da Justiça Sergio Moro. De acordo com o pedido encaminhado ao presidente da associação Fernando Mendes, o ex-juiz federal deve ser excluído da entidade caso as conversas sejam autênticas. Moro é um sócio benemérito da Ajufe desde outubro de 2018, quando deixou a magistratura. Para os trinta juízes, “as reportagens em questão indicam que pode ter havido uma interação heterodoxa entre o então magistrado Sergio Moro e membros do MPF”. O texto ainda analisa a gravidade dos diálogos caso sejam confirmados.

Greenwald diz que Moro perderia cargo em outro país

O jornalista Glenn Greenwald disse, nesta terça-feira, 25, que o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro não negou, em nenhum momento, a veracidade das mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil, envolvendo o então juiz federal e o procurador Deltan Dallagnol. “Ele disse apenas que o material poderia ter sido alterado”, afirmou. Greenwald foi ouvido em uma audiência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 25, desde as 15h. Greenwald afirmou que ficou “chocado” quando teve contato com o material enviado por uma fonte anônima. Ele disse que, “em qualquer país democrático”, Moro sofreria consequências graves, como perda do cargo de ministro ou proibição para exercer a função pública. Na sessão desta terça-feira, o jornalista também rebateu as declarações de que o conteúdo foi obtido de forma ilegal.  “O jornalismo mais importante nas ultimas décadas foi baseado em informações e documentos muitas vezes roubados”, afirmou.

Copom: interrupção da recuperação econômica é “nítida”

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) avaliou que a interrupção da recuperação da economia brasileira nos últimos trimestres é “nítida” quando se analisa um período mais longo de tempo, e que a perda de ímpeto deverá levar a economia a flertar com estagnação no segundo trimestre de 2019. A avaliação consta na ata da última reunião do Comitê, divulgada nesta terça-feira, 25. Nela, o Copom reconheceu a melhora do balanço de riscos para a inflação entre o começo de maio e meados de junho, mas ainda apontou riscos do lado da agenda de reformas, como a da Previdência, classificados pelo colegiado como “preponderantes”. Com isso, “a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente”. A projeção para o IPCA de 2019 no cenário de mercado está em 3,6%. Já a projeção para 2020 é de 3,9%. Estes são os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do colegiado, na semana passada, quando a Selic (a taxa básica de juros) foi mantida em 6,50% ao ano pela décima vez consecutiva.

Relatório climático da ONU critica Bolsonaro e Trump

O aquecimento global aumenta o risco de um “apartheid climático” em que apenas os mais ricos poderiam pagar para escapar do calor e da fome causados pela elevação das temperaturas, de acordo com um relatório feito para o Conselho de Direitos Humanos (HRC) da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento condena o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por “silenciar ativamente” a ciência do clima, e critica o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, por prometer abrir o território da Floresta Amazônica para a mineração. Autor da pesquisa, Philip Alston, o relator especial das ONU sobre a pobreza extrema e os direitos humanos, ainda afirmou que os impactos do aquecimento global devem minar não apenas os direitos básicos à vida, água, comida e moradia mas também a democracia e as constituições. Como aspectos positivos, Alston mencionou a vitória de ambientalistas em processos contra órgãos públicos e empresas de combustíveis fósseis, o ativismo da adolescente Greta Thunberg e o movimento europeu Extinction Rebellion. O estudo será apresentado formalmente em Geneva, na Suiça, na próxima sexta-feira, 28.

“Retardada mental”

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, chamou a Casa Branca de “retardada mental” ontem, afirmando que as novas sanções anunciadas pelo presidente americano Donald Trump contra o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, são sinal de desespero. Um secretário do governo iraniano afirmou que vai deixar de cumprir mais compromissos assumidos no acordo internacional sobre seu programa nuclear. Trump voltou a ameaçar um retaliação com “força esmagadora”.

Chefe de agência de fronteiras dos EUA se demite

Em meio a polêmicas devido ao tratamento dado pelo governo norte-americano a crianças imigrantes, o comissário interino da agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras, John Sanders, pediu demissão e deixa o cargo no próximo dia 5 de julho, anunciou a agência nesta terça-feira, 25. Sanders estava no cargo desde abril, quando saiu Kevin McAleenan, escolhido por Trump como secretário do Departamento de Segurança Interna. A notícia de sua demissão veio depois que as autoridades divulgaram que centenas de crianças detidas em um posto da Patrulha de Fronteiras no Texas, onde ficaram semanas sem acesso a higiene e comida adequada, seriam realocadas. Alguns dos menores foram mandados para um abrigo do Departamento de Saúde e Serviços Humanos e outros foram colocadas em uma instalação temporária em El Paso.

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