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Ocupação da Maré pelo Exército é retrocesso, diz ONG

Segundo Observatório de Favelas, ocupação reforça opção pela militarização e envolve riscos como o de acirramento da lógica do confronto na comunidade

Policiais em ação durante uma operação no no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 20h54.

Rio - A ocupação do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, pelo Exército por tempo indeterminado é um "grande retrocesso", que reforça a opção do governo do Rio pela militarização e envolve riscos como o de acirramento da lógica do confronto na comunidade. Essa é a avaliação de integrantes do Observatório de Favelas, organização fundada por moradores e pesquisadores em 2001, com sede na Maré.

Após reunião de mais de três horas na tarde desta terça-feira, 25, a ONG divulgou uma posição conjunta. De acordo com a psicóloga social Raquel Willadino, diretora da área de direitos humanos do Observatório, o clima na Maré é de apreensão desde sexta-feira.

"Estamos vendo com muita preocupação a definição tomada ontem (segunda-feira)", disse ela. Raquel lembra que havia uma promessa do governo de ruptura da lógica do confronto com a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora ( UPP ) na Maré.

"Tivemos um processo de articulação local importante durante a discussão da UPP, que reconhecia moradores como protagonistas e chamava a atenção para uma política de Estado que vá além da ação policial, mas agora os canais de diálogo foram interrompidos." Para Raquel, a ocupação militar por tempo indefinido "reafirma a metáfora da guerra". "O retrocesso é muito grande", afirmou.

O complexo de favelas tem 130 mil moradores, segundo o IBGE. O número de soldados que vão ocupar a Maré ainda não foi divulgado. "Quantos professores e médicos serão enviados?", pergunta a coordenadora do Museu da Maré, Cláudia Ribeiro da Silva, que também e professora de história em uma escola municipal da comunidade. "Estamos acompanhando pela imprensa, não houve comunicação antecipada às instituições da Maré. Como a UPP não foi instalada, já imaginávamos isso, por causa da Copa. Mas não sabemos como ficará depois."

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Após reunião de mais de três horas na tarde desta terça-feira, 25, a ONG divulgou uma posição conjunta. De acordo com a psicóloga social Raquel Willadino, diretora da área de direitos humanos do Observatório, o clima na Maré é de apreensão desde sexta-feira.

"Estamos vendo com muita preocupação a definição tomada ontem (segunda-feira)", disse ela. Raquel lembra que havia uma promessa do governo de ruptura da lógica do confronto com a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora ( UPP ) na Maré.

"Tivemos um processo de articulação local importante durante a discussão da UPP, que reconhecia moradores como protagonistas e chamava a atenção para uma política de Estado que vá além da ação policial, mas agora os canais de diálogo foram interrompidos." Para Raquel, a ocupação militar por tempo indefinido "reafirma a metáfora da guerra". "O retrocesso é muito grande", afirmou.

O complexo de favelas tem 130 mil moradores, segundo o IBGE. O número de soldados que vão ocupar a Maré ainda não foi divulgado. "Quantos professores e médicos serão enviados?", pergunta a coordenadora do Museu da Maré, Cláudia Ribeiro da Silva, que também e professora de história em uma escola municipal da comunidade. "Estamos acompanhando pela imprensa, não houve comunicação antecipada às instituições da Maré. Como a UPP não foi instalada, já imaginávamos isso, por causa da Copa. Mas não sabemos como ficará depois."

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