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OAB quer acordo antiguerra suja na rede

A ordem realizará um ato público para apresentar um "pacto" por eleições limpas na internet


	Internet: o principal foco de tensão entre PT e PSDB são os perfis falsos
 (Getty Images)

Internet: o principal foco de tensão entre PT e PSDB são os perfis falsos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2014 às 09h29.

São Paulo - No momento em que PT e PSDB trocam acusações de "jogo sujo" nas redes sociais e ameaçam se processar mutuamente por difamações divulgadas no ambiente virtual, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) realizará na terça-feira, 3 de junho, em Brasília, um ato público para apresentar um "pacto" por eleições limpas na internet.

"Queremos ouvir todos os responsáveis de partidos e os provedores para construirmos um ambiente que estimule uma campanha sem baixaria e sem ataques gratuitos", disse o presidente da entidade, Marcus Vinicius Furtado Coelho.

Todos os presidentes de partidos políticos foram convidados. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, pré-candidato do PSB e presidente da sigla, já avisou que não vai.

Ele enviará ao evento um representante de sua equipe jurídica. Os organizadores esperam contar com a presença do senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB e presidente nacional da legenda.

Os petistas serão representados pelo vice-presidente do partido, Alberto Cantalice, que responde pela estratégia de redes sociais da pré-campanha da presidente Dilma Rousseff.

O principal foco de tensão entre tucanos e petistas é a criação de perfis falsos e a difusão de rumores no Facebook. A expectativa em todas as pré-campanhas é de que a rede social criada por Mark Zuckerberg, com 84 milhões de usuários no Brasil, terá um peso decisivo em 2014. Em 2010, quando Dilma derrotou o ex-governador tucano José Serra, o Facebook tinha 8,8 milhões de usuários.

Enquete

O tensionamento entre PT e PSDB nas redes sociais teve mais um capítulo na quinta-feira, 29. Os petistas ficaram irritados com o compartilhamento de uma enquete atribuída ao SBT na página do ex-ministro Xico Graziano no Facebook.

No levantamento, do qual participaram mais de 300 mil pessoas, o senador mineiro aparece em primeiro lugar, seguido por Campos. Dilma aparece em terceiro, em situação de empate técnico com Denise Abreu, pré-candidata do PEN.

A assessoria do SBT informou ontem que a enquete não foi feita pela emissora e que o blog deve ter sido criado por fãs do canal de TV.

"Em matéria de terrorismo digital, o PSDB tem cátedra. O ex-ministro Xico Graziano tem responsabilidade sobre o conteúdo que passa para frente. Vamos averiguar de onde veio esse blog para ver se tomamos alguma medida jurídica", afirmou o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador jurídico do PT.

Procurado pela reportagem, Graziano disse que, se for comprovado que a enquete foi produzida por um blog falso, vai retirar o conteúdo do página.

Rumores

Na semana passada, PSDB e PT trocaram acusações sobre o que ambos chamam de "jogo sujo" nas redes sociais.

Advogados de Aécio dizem que vão entrar com representações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que sejam apuradas as denúncias de que computadores de funcionários da Prefeitura de Guarulhos, comandada há 14 anos pelo PT, foram usados para criar páginas com ofensas ao mineiro nas redes sociais.

A prefeitura do município paulista instalou sindicância interna para averiguar o caso e demitiu a funcionária que teria criado o perfil "Aécio Boladasso".

Já os apoiadores de Dilma dizem que pretendem tomar medidas judiciais contra o grupo que disseminou nas mesmas redes sociais os boatos de que Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é dono de fazendas e sócio da Friboi, do grupo JBS.

Um inquérito aberto no 78º Distrito Policial (Jardins) de São Paulo, que corre em segredo de Justiça, investiga se Daniel Graziano, filho de Xico Graziano, tem participação no episódio.

Ele está entre as seis pessoas intimadas e prestou depoimento no fim de abril, depois de os advogados de Fábio Luís terem rastreado o IP de onde partiram os boatos. Colaborou Isadora Perón. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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