OAB pede que Cármen Lúcia decida já sobre delação da Odebrecht
Segundo presidente da OAB, sociedade brasileira "exige definição imediata" sobre os rumos da Operação Lava Jato
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 09h28.
Brasília - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, afirmou neste domingo, 22, que a sociedade brasileira "exige definição imediata" sobre os rumos da Operação Lava Jato e disse que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, deve decidir imediatamente sobre a homologação das delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht.
"Não é cabível que, em situações excepcionais como esta, se aguarde o fim do recesso para que tal providência seja tomada. Nesses termos, é fundamental para o país que a ministra Cármen Lúcia, desde já, decida sobre a homologação ou não das delações. Não há tempo a perder. É o que a sociedade brasileira espera", disse Lamachia em nota à imprensa.
"O país não pode caminhar em meio a dúvidas e suspeições suscitadas pela indefinição decorrente do trágico falecimento do ministro Teori Zavascki. Ele próprio estava ciente dessa urgência, que o levou a organizar uma força-tarefa para dar continuidade aos trabalhos no recesso", ressaltou o presidente nacional da OAB.
Auxiliares
Na avaliação de Lamachia, uma eventual interrupção dos trabalhos representa um "grave desserviço público", além de desmerecer a memória de Teori.
"É necessário ainda que se aproveitem o conhecimento e a memória histórica dos juízes federais que o auxiliaram durante o já longo trâmite desse processo. São magistrados qualificados, com profundo domínio do caso. Esse conhecimento não pode de modo algum ser desperdiçado, não apenas em nome da lógica e do bom senso, mas sobretudo em nome dos mais elementares fundamentos éticos da Justiça", afirmou Lamachia.
O presidente Michel Temer disse neste sábado, 21, que só vai indicar o substituto para a vaga de Teori no STF depois de Cármen decidir quem será o novo relator da Operação Lava Jato na Corte.
O Planalto não quer a definição do nome do novo ministro interfira no processo interno do STF de escolher o futuro relator da Lava Jato.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.