MICHEL TEMER: julgamento no TSE pode decidir o destino do presidente / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2017 às 18h36.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h06.
O dia foi de reviravolta na defesa do presidente Michel Temer contra a delação premiada de Joesley Batista, dono da JBS. No sábado, seus advogados haviam pedido a suspensão do inquérito instaurado contra ele no Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. Nesta segunda-feira, sua defesa desistiu do pedido. O argumento é que o objetivo maior de pedir a suspensão era levar a Justiça fazer uma perícia no áudio em que Joesley grava o presidente. Mas o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, já determinou a análise do material.
Com a retirada do pedido de suspensão, a defesa agora pretende solicitar ao Supremo que arquive o inquérito assim que for concluída a perícia da gravação. A defesa alardeia que Temer quer encerrar a investigação o mais rápido possível. “O presidente da República é o maior interessado na rápida e cabal elucidação dos fatos”, diz a petição.
Nesta segunda-feira, os advogados do peemedebista também anunciaram que contrataram uma perícia particular para avaliar o áudio. O material está em posse da Polícia Federal, que ainda não definiu prazo para concluir a análise. O aparelho que gravou o diálogo está nos Estados Unidos com os delatores e só deve ser entregue às autoridades nesta terça-feira.
Ainda nesta segunda-feira o jornal Folha de S. Paulo publicou uma entrevista com Temer, em que ele minimizou a ausência do encontro com Joesley no Palácio do Jaburu em sua agenda oficial e disse não saber à época que o empresário era um investigado da Justiça. Também disse que achou que Joesley queria conversar sobre a Operação Carne Fraca. O problema: a operação foi deflagrada apenas dez dias depois do encontro.
No fim de tarde, os advogados de Temer e o perito Ricardo Molina, contratado pelo presidente, deram entrevista para desqualificar o áudio gravado por Joesley, afirmando que há “70 pontos de obscuridade” na gravação. Nesse vaivém de versões e de estratégia, o presidente continua sem respostas contundentes às denúncias.