Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro: como o pai, os filhos defendem bandeiras que vão do planejamento familiar à redução da maioridade penal (Montagem/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 28 de outubro de 2018 às 20h04.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2019 às 11h10.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), terá o apoio dos filhos políticos em três esferas distintas do Legislativo - Senado, Câmara dos Deputados e Câmara de Vereadores. Para o Senado, foi eleito Flávio pelo Rio de Janeiro, de 37 anos; para a Câmara dos Deputados foi reeleito por São Paulo, Eduardo, de 34, e na Câmara de Vereadores da capital fluminense, Carlos, de 35, cumpre seu quinto mandato.
Durante a campanha, Bolsonaro buscou amenizar situações polêmicas e controversas causadas pelos filhos. Carlos, Eduardo e Flávio são bastante atuantes nas redes sociais e aplicativos. Tanto é que logo após o atentado sofrido pelo pai, em setembro em Juiz de Fora, foi Flávio que transmitiu as primeiras informações e imagens via internet.
Às vésperas do segundo turno, um vídeo em que Eduardo aparecia defendendo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) "por um cabo e um soldado" obrigou Bolsonaro a enviar carta de desculpas ao Supremo, por meio do decano da Corte, ministro Celso de Mello.
Anteriormente, a Procuradoria-Geral da República instaurou uma ação para investigar a denúncia feita pela jornalista Patrícia Lélis, suposta ex-namorada de Eduardo, sobre ameaças de agressão que teria feito a ela por mensagens de celular. O caso está no STF, cujo oficial de Justiça tenta há um mês, sem sucesso, intimar o deputado.
Ex-policial federal, Eduardo atua na chamada bancada da bala, que defende liberar porte de arma para a população, e é porta-voz das as corporações policiais. Articulado, foi ele o escolhido para conversar com o guru de Donald Trump em Nova York, Steve Bannon, em 4 de agosto. Neste dia, ele postou uma foto ao lado de Bannon e tuitou em inglês: "Foi um prazer encontrar Steve Bannon, estrategista da campanha presidencial de Donald Trump. Nós tivemos uma ótima conversa e compartilhamos a mesma visão de mundo. Ele me disse que é entusiasta da campanha de Bolsonaro e nós estamos certamente em contato para unir forças, especialmente contra o marxismo cultural (sic)."
No final de setembro, Carlos Bolsonaro postou uma foto em que um homem aparecia com o rosto encoberto por um saco plástico ensaguentado. Ele foi acusado de apologia à tortura. Mas negou, informando que era uma ironia e crítica aos adversários do pai - que haviam divulgado antes a imagem. Há sete anos, o vereador foi alvo de ação do Ministério Público porter tuitado um texto considerado homofóbico.
Já Flávio foi condenado em 2014 por exibir a foto de um menor acusado de estupro. Ele recorreu em primeira instância. Anos depois, ele se envolveu em tiroteio na Barra da Tijuca, bairro do Rio de Janeiro onde mora o pai, em uma tentativa de assalto.
Como o pai, os filhos defendem bandeiras que vão do planejamento familiar à redução da maioridade penal, combate ostensivo à violência, e valorização de servidores da área de segurança pública. Com a verve afiada, Eduardo, Flávio e Carlos não poupam os adversários. As críticas ao PT e ao candidato Fernando Haddad (PT) foram constantes durante a campanha presidencial. Também atacaram sem trégua a imprensa. A família chegou a ter contas em redes sociais bloqueadas depois do escândalo de compra de impulsionamento a favor do presidenciável no WhatsApp, denunciado pela Folha de S. Paulo.
A presença dos três nas redes sociais foi contínua. Após Adélio Bispo de Oliveira esfaquear Bolsonaro, em 6 de setembro, em Juiz de Fora, Flávio Bolsonaro postou um vídeo em que lamentava o ocorrido e afirmava: "Quem ainda não percebeu contra o que a gente está lutando, acho que hoje foi mais uma prova". Já Eduardo soltou uma nota em que acusava "setores políticos e midiáticos" pelo atentado. Os três filhos acompanharam Bolsonaro no hospital, revezando-se nos compromissos de campanhas.