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As melhores e piores 100 grandes cidades do Brasil

Das 10 grandes cidades com melhor desempenho no ranking, oito são de São Paulo, na região Sudeste do país. Maringá, no Paraná, lidera

Maringá, a melhor grande cidade do Brasil (Gustavo Henrique/Reprodução Facebook Prefeitura de Maringá/Reprodução)

Valéria Bretas

Publicado em 16 de março de 2017 às 11h25.

Última atualização em 16 de março de 2017 às 11h29.

São Paulo – Desde março de 1999, a técnica de enfermagem Ana Eloiza Rodrigues, de 31 anos, percorre mais de 200 km quando precisa ir ao médico. Depois de receber um diagnóstico equivocado em um posto de saúde em Querência do Norte, no Paraná , ela criou o hábito de se consultar nos hospitais de Maringá, na região Norte do estado.

Segundo Ana Eloiza, que tem três filhos com menos de 12 anos, as mães que habitam Querência do Norte costumam repetir o mesmo trajeto quando precisam de um atendimento médico de qualidade. “Maringá é a nossa referência de bom tratamento”, diz a enfermeira. “Tanto no SUS , como no particular, lá é onde nós procuramos ajuda”.

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Com pouco mais de 400 mil habitantes, a cidade de Maringá foi eleita a primeira na lista das melhores grandes cidades do Brasil, segundo estudo da consultoria Macroplan.

Para chegar a esta conclusão, a consultoria analisou os municípios com mais de 266 mil habitantes em 16 indicadores divididos em quatro áreas distintas: saúde, educação e cultura, segurança e saneamento e sustentabilidade. Os pesos dos indicadores e das áreas que compõem o índice foram divididos da seguinte forma: 35,3% para educação e cultura; 35,3% para saúde; 20,6% para infraestrutura e sustentabilidade e 8,8% para segurança.

O ranking foi formado por um índice que vai de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, melhor é a condição de vida no local.

Na área de saúde , por exemplo, Maringá ficou na 5ª posição entre as 100, com um índice de 0,686. O que, segundo a análise da Macroplan, significa que a cidade tem elevada cobertura de atendimento básico, baixa taxa de mortalidade infantil e elevada proporção de bebês nascidos vivos.

De acordo com Gláucio Neves, diretor da consultoria, Maringá sempre se destacou em gestão pública. “A primeira posição no ranking não foi uma surpresa. Afinal, a cidade tem indicadores muito equilibrados em quase todos os setores”, diz.

Quando o assunto é segurança, no entanto, a cidade deixa a desejar: nessa área, Maringá aparece em 39º lugar entre os 100 maiores municípios do país.

Por lá, segundo o levantamento da Macroplan, a proporção de assassinatos a cada grupo de 100 mil pessoas, por exemplo, é maior do que na cidade de São Paulo, que concentra mais de 12 milhões de habitantes.

Em 2015 – dados mais recentes disponíveis -, a prefeitura de Maringá desembolsou cerca de R$ 37 com segurança pública por pessoa. Para se ter ideia da disparidade, a cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, e que também abriga 400 mil moradores, teve investimento per capita de R$ 96.

Para Neves, diretor da Macroplan, os principais desafios das gestões municipais se resumem em três esferas centrais: aumento da produtividade dos gastos públicos (produzir mais com os mesmos recursos), priorizar os projetos no setor de educação e ter uma governança compartilhada com a sociedade.

“Em períodos de crise é preciso forçar uma reflexão”, afirma. “Essa combinação de fatores torna uma cidade mais eficiente e com serviços melhores para a população. Os prefeitos precisam inovar e buscar formas alternativas de gestão”.

As 100 MAIORES CIDADES

Juntas, de acordo com o levantamento da Macroplan, as cem cidades mais populosas do Brasil representam 39% da população brasileira, produzem 50% do PIB (Produto Interno Bruto) e respondem por 54% dos empregos formais do país.

A região Sudeste é a que concentra a maior parte delas: 49 municípios, sendo 8 deles entre os dez melhores ranqueados. Veja o mapa no fim da reportagem.

Ananindeua (PA), Belford Roxo (RJ) e Macapá (AP), por outro lado, estampam os piores resultados entre as 100 maiores.

Ananindeua, que aparece na 100ª posição no ranking da consultoria, ficou nas últimas posições em todas as quatro áreas analisadas: 96ª em educação, 64ª em saúde, 99ª em infraestrutura e sustentabilidade e 100ª em segurança.

A reportagem de EXAME.com não conseguiu contato com a Prefeitura Municipal de Ananindeua.  Para Gláucio Neves, diretor do estudo, o resultado negativo pode ser explicado pelo baixo capital da cidade, que reduz o poder de gestão.

SOBE E DESCE

Nos últimos dez anos (2005-2010), três cidades sofreram queda abrupta no ranking desenvolvido pela Macroplan. Feira de Santana, na Bahia, por exemplo, caiu 50 posições ao longo da década. Gravataí, no Rio Grande do Sul, perdeu 32, e São Luís, no Maranhão, 27.

Em contrapartida, no mesmo período, Petrolina, em Pernambuco, ganhou 46 posições. Hoje aparece no 45º lugar, com índice de 0,615. Já Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, cresceu 30 posições, e Campina Grande, na Paraíba, 24.

 

Veja quais são as melhores e piores 100 grandes cidades do Brasil.

RankingMunicípioUFÍndice
MaringáPR0,731
PiracicabaSP0,721
São José do Rio PretoSP0,719
São José dos CamposSP0,715
FrancaSP0,707
CampinasSP0,706
JundiaíSP0,703
LimeiraSP0,699
CuritibaPR0,696
10ºSorocabaSP0,691
11ºRibeirão PretoSP0,691
12ºTaubatéSP0,690
13ºSantosSP0,689
14ºSão Bernardo do CampoSP0,688
15ºLondrinaPR0,688
16ºUberlândiaMG0,688
17ºFlorianópolisSC0,686
18ºCascavelPR0,682
19ºVitóriaES0,681
20ºBelo HorizonteMG0,677
21ºSão PauloSP0,673
22ºSanto AndréSP0,668
23ºMontes ClarosMG0,667
24ºUberabaMG0,666
25ºNiteróiRJ0,661
26ºMauáSP0,661
27ºBlumenauSC0,658
28ºPalmasTO0,657
29ºSuzanoSP0,655
30ºTaboão da SerraSP0,651
31ºCaxias do SulRS0,647
32ºDiademaSP0,646
33ºJoinvilleSC0,646
34ºCampo GrandeMS0,645
35ºMogi das CruzesSP0,640
36ºBetimMG0,640
37ºPonta GrossaPR0,637
38ºBauruSP0,634
39ºContagemMG0,633
40ºPraia GrandeSP0,627
41ºRio de JaneiroRJ0,627
42ºSanta MariaRS0,625
43ºGoiâniaGO0,622
44ºPorto AlegreRS0,622
45ºPetrolinaPE0,615
46ºGuarulhosSP0,614
47ºOsascoSP0,613
48ºJuiz de ForaMG0,609
49ºCampina GrandePB0,600
50ºSão José dos PinhaisPR0,599
51ºPetrópolisRJ0,595
52ºBoa VistaRR0,593
53ºCarapicuíbaSP0,589
54ºSão VicenteSP0,589
55ºGovernador ValadaresMG0,589
56ºVila VelhaES0,585
57ºSerraES0,580
58ºJoão PessoaPB0,574
59ºCuiabáMT0,569
60ºGuarujáSP0,566
61ºCampos dos GoytacazesRJ0,566
62ºFortalezaCE0,566
63ºVitória da ConquistaBA0,565
64ºAnápolisGO0,562
65ºMossoróRN0,562
66ºRibeirão das NevesMG0,558
67ºSalvadorBA0,555
68ºCaruaruPE0,553
69ºJuazeiro do NorteCE0,552
70ºItaquaquecetubaSP0,543
71ºRecifePE0,543
72ºNatalRN0,542
73ºPelotasRS0,541
74ºTeresinaPI0,536
75ºCaucaiaCE0,535
76ºCariacicaES0,532
77ºRio BrancoAC0,529
78ºManausAM0,528
79ºGravataíRS0,523
80ºCanoasRS0,514
81ºOlindaPE0,514
82ºAracajuSE0,512
83ºCamaçariBA0,512
84ºFeira de SantanaBA0,511
85ºSão LuísMA0,508
86ºPaulistaPE0,499
87ºAparecida de GoiâniaGO0,496
88ºSantarémPA0,491
89ºBelémPA0,486
90ºSão GonçaloRJ0,486
91ºJaboatão dos GuararapesPE0,486
92ºVárzea GrandeMT0,479
93ºMaceióAL0,473
94ºPorto VelhoRO0,470
95ºSão João de MeritiRJ0,465
96ºDuque de CaxiasRJ0,461
97ºNova IguaçuRJ0,457
98ºMacapáAP0,434
99ºBelford RoxoRJ0,434
100ºAnanindeuaPA0,413

 



AS 100  GRANDES CIDADES DO BRASIL

 

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FONTE DOS INDICADORES

*Todos os dados foram coletados de órgãos Governamentais da União, dos Estados e Municípios entre os anos de 2004 e 2015. Veja aqui todas as fontes dos indicadores.


*A reportagem foi atualizada em 16/03/2017: Diferentemente do informado, Ana Eloiza Rodrigues, moradora de Querência do Norte (PR), é técnica de enfermagem, e não enfermeira.

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