O que São Paulo precisa para se tornar uma cidade dos sonhos
Projeto SP2040 traz metas e propostas para, com R$ 314 bilhões, transformar São Paulo em uma cidade ideal em menos de 30 anos
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2012 às 13h05.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h14.
São Paulo - Imagine poder chegar ao trabalho em até meia hora, ter um parque com grande área verde a menos de quinze minutos andando de casa e, durante os finais de semana, aproveitar o sol ao lado do rio Pinheiros. Para quem mora em São Paulo hoje, isso hoje parece impossível. O estudo "SP 2040 - A Cidade que Queremos" busca alcançar essa cidade em menos de 30 anos. O projeto, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, foi feito com a participação de 25 mil pessoas, sete consultores internacionais, 40 especialistas da Universidade de São Paulo ( USP ) e 81 técnicos da prefeitura. Será apresentado amanhã pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD). O prefeito eleito, Fernando Haddad (PT), já confirmou sua presença. Resta saber se vai adotar o estudo em seu plano de governo. São mais de 300 páginas de propostas, estudos e metas - e uma estimativa de quase R$ 315 bilhões para transformar os projetos em realidade. Clique nas imagens e confira os principais pontos para transformar São Paulo em uma cidade dos sonhos até 2040.
De casa ao trabalho em uma média de 30 minutos? Para chegar a essa meta até 2040, o plano sugere uma ampliação na rede de metrô de 74 km para 264 km, mais 130 km de monotrilhos, ampliação de 154 para 617 km de corredores de ônibus e recuperação urbana. A expansão das redes de trens e metrô é o maior investimento previsto no projeto: R$ 149,8 bi.
Hoje sinônimos de sujeira, esgoto e poluição, na cidade dos sonhos paulistana os rios e córregos serão limpos e integrados à vida dos moradores, como acontece em capitais europeias. Para que isso possa acontecer, é preciso coletar e tratar 100% do esgoto da cidade, despoluir todos os rios e córregos e criar parques lineares nas margens dos principais rios. Em 2010, no entanto, apenas 5% dos córregos e rios da área urbanizada de São Paulo eram limpos. O projeto prevê que esse índice chegue a 55% em 2025 e 100% em 2040.
Uma das metas do projeto consiste em fazer com que cada morador tenha uma área verde a menos de 15 minutos a pé de sua casa. Para isso, o jeito é ampliar a construção de praças e parques na cidade. O projeto prevê a criação de parques para proteger a Serra da Cantareira do avanço da urbanização, criação de um megaparque na zona sul, parcerias para que áreas privadas passem a ser de uso público e a criação de parques em áreas atualmente degradadas.
Até 2040, o projeto planeja urbanizar todas as favelas paulistanas (que hoje têm 23,2% dos domicílios do município). Para isso, deverão ser construídas 718 mil unidades habitacionais novas e 105 mil famílias serão retiradas de áreas de risco.
Uma das principais metas do projeto é diminuir a desigualdade da relação entre emprego e habitante em determinadas regiões da cidade - o que evitaria que o centro permaneça sendo o único polo de emprego e diminuiria questões como o congestionamento na região. Para isso, algumas obras deverão ser feitas, dentre elas o polo institucional e tecnológico de Itaquera, o Parque Tecnológico do Jaguaré, o Parque de Exposições Expo São Paulo (em Pirituba), o Distrito Criativo da Vila Leopoldina-Lapa e o Distrito de Negócios da Chucri Zaidan.
Para se tornar a cidade dos sonhos, São Paulo tem de começar a atrair mais turistas. Em 2011, 11,7 milhões de estrangeiros passaram por aqui, mas até 2040 o projeto espera que esse número quase triplique para 30 milhões. Para isso, a qualidade dos serviços e da infraestrutura terá de melhorar. Os aeroportos deverão ser conectados com a rede de transporte coletivo, além de reformados, a rede de internet de alta velocidade terá de ser expandida, assim como a rede de hotéis e restaurantes. Outras obras incluiriam enterrar mais de 5.800 quilômetros de fios e cabos.