As revelações de Pedro Barusco na CPI da Petrobras
Ex-gerente de engenharia Pedro Barusco abriu série de depoimentos da CPI da Petrobras nesta manhã. Segundo ele, propina se tornou automática a partir de 2004
Talita Abrantes
Publicado em 10 de março de 2015 às 16h52.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h48.
São Paulo – Em depoimento para os deputados da CPI da Petrobras nesta terça-feira, o ex-gerente de engenharia da estatal Pedro Barusco reafirmou que recebeu propina em 1997. No entanto, segundo ele, a experiência foi isolada. Barusco afirmou que começou a vivenciar o esquema de propina de maneira institucionalizada a partir de 2004, quando já trabalhava na diretoria de Serviços da estatal. Considerado um dos principais operadores do esquema, Barusco era o braço direito de Renato Duque na diretoria de Serviços.No final do ano passado, ele concordou em devolver cerca de 97 milhões de dólares em troca de um acordo de delação premiada. Segundo cálculos do ex-gerente, o PT pode ter recebido até 200 milhões de dólares com o esquema durante dez anos - o que seria equivalente hoje a mais de meio bilhão de reais. “Por eu ter recebido a quantia que está divulgada, como cabia ao PT na divisão da propina receber o dobro, eu estimo que ele recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões”, afirmou. Engenheiro naval de formação e com mestrado em engenharia oceânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Barusco ingressou na estatal em 1979 no Cenpes. Em 2003, assumiu o posto de gerente executivo de engenharia da diretoria de Serviços, onde se tornou braço direito de Renato Duque, que comandava a área na estatal. Barusco afirmou que, ao se aposentar da Petrobras em 2011, recebia um salário de 1,2 milhão de reais por ano. O depoimento, que começou no final da manhã, teve seis horas de duração. Veja o que Barusco já revelou até agora nas próximas fotos. * Atualizado às 16h44
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