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O que os políticos investigados dizem sobre decisão de Fachin

O ministro abriu 76 inquéritos para investigar políticos citados nas delações de ex-executivos da Odebrecht

Edson Fachin: em março, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro Edson Fachin que retirasse o sigilo de grande parte dos 950 depoimentos de colaboradores da Odebrecht (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

Edson Fachin: em março, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro Edson Fachin que retirasse o sigilo de grande parte dos 950 depoimentos de colaboradores da Odebrecht (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 11 de abril de 2017 às 18h50.

Última atualização em 11 de abril de 2017 às 20h12.

Senadores, deputados e ministros manifestaram-se hoje (11) sobre os 76 inquéritos abertos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, para investigar políticos com foro privilegiado citados nas delações de ex-executivos da Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato.

O Supremo ainda não divulgou a lista oficial com os nomes dos investigados.

Porém, mais cedo, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou os nomes que seriam da lista.

Conforme o jornal, nove ministros, 29 senadores e 42 deputados, entre eles os presidentes do Senado e da Câmara, estariam entre os investigados.

Parlamentares

Romero Jucá (PMDB-RR): o senador disse em nota que sempre estará à disposição da Justiça para prestar qualquer informação. "Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas", disse o presidente nacional da legenda.

Aécio Neves (PSDB-MG): o presidente do PSDB afirmou que considera importante o fim do sigilo sobre o conteúdo das delações, pois "assim será possível desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção de sua conduta".

Renan Calheiros (PMDB-AL): o líder do PMDB no Senado disse que a abertura dos inquéritos permitirá que ele possa conhecer "o teor das supostas acusações para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja apenas baseado em vazamentos seletivos de delações." "Um homem público sabe que pode ser investigado. Mas isso não pode significar uma condenação prévia ou um atestado de que alguma irregularidade foi cometida. Acredito que esses inquéritos serão arquivados por falta de provas, como aconteceu com o primeiro deles", argumentou o senador e ex-presidente do Senado.

Lindbergh Farias (PT-RJ): o senador petista afirmou confiar que as investigações irão esclarecer os fatos. "Assim como das outras vezes, estou convicto de que o arquivamento será o único desfecho possível para esse processo. Novamente, justiça será feita", disse o parlamentar em nota.

Humberto Costa (PT-PE): afirmou por meio de nota que aguarda o levantamento do sigilo dos novos documentos para ter acesso às informações necessárias à sua defesa. "O senador, que já abriu mão de todos os seus sigilos, se coloca, como sempre o fez, à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários", declarou.

José Agripino Maia (DEM-RN): o senador disse que, mesmo não tendo disputado as eleições de 2014, "desconhecendo o teor das menções" a ele atribuídas e que se coloca "à disposição da Justiça para colaborar com as investigações que se venham a requerer", disse ele, que é o presidente nacional do partido.

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE): a defesa do senador afirmou que não foi oficialmente comunicada e tampouco teve acesso à investigação. "Fernando Bezerra mantém-se, como sempre esteve, à disposição das autoridades a fim de prestar quaisquer esclarecimentos que elas possam necessitar".

Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM): a senadora disse que as doações feitas para suas campanhas "foram oficiais, declaradas e posteriormente aprovadas pela Justiça Eleitoral".

Antonio Anastasia (PSDB-MG): o ex-governador de Minas Gerais e senador disse que em toda sua trajetória "nunca tratou de qualquer assunto ilícito com ninguém".

Marcos Maia (PT-RS): em relação à abertura de inquérito determinada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do deputado, representada pelo criminalista Daniel Gerber, informa que as ações criminais cabíveis contra estes delatores serão adotadas, na medida em que imputam a terceiros atos inexistentes como forma de obterem benefícios que não merecem junto ao Poder Judiciário.

Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP): o ministro disse que as afirmações são mentirosas. Mas só vai se manifestar depois que tiver acesso aoconteúdo do pedido de inquérito.

Ministros

Moreira Franco: o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, disse que não comentará as informações divulgadas.

Marcos Pereira: o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços disse que está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários, "muito embora não tenha sido notificado oficialmente nem tenha conhecimento de nada daquilo que é acusado". "Marcos Pereira agiu sempre dentro da lei enquanto presidente de partido, buscando doações empresariais respeitando as regras eleitorais, e esclarecerá não ter qualquer envolvimento com atitudes ilícitas", informou a assessoria do ministro por meio de nota.

Blairo Maggi: o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastaecimento informou por meio de sua assessoria que também não irá se manifestar sobre as informações divulgadas hoje e reiterou que há "zero possibilidade de ter envolvimento com qualquer irregularidade".

Lista

Em março, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, que retirasse o sigilo de grande parte dos 950 depoimentos de colaboradores da Odebrecht, nos quais eles citam o envolvimento de dezenas de políticos, "considerando a necessidade de promover transparência e garantir o interesse público".

Na lista, estavam 83 solicitações de autorização para a abertura de inquéritos contra políticos no exercício de seus cargos. Todos são suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

Os pedidos são baseados nas delações premiadas de 77 funcionários e ex-executivos da empreiteira Odebrecht, que foram homologados - isto é, tornados juridicamente válidos - pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, em 30 de janeiro.

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