O que o Brasil terá que encarar na Copa das Confederações
Telecomunicações e mobilidade urbana estão entre pontos que merecem atenção. Para especialista alemão, eventos da Fifa são grande oportunidade para o país
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2013 às 17h42.
São Paulo – Entusiasmo, alegria e bom futebol estão entre os elementos que o mundo espera do Brasil a partir de amanhã, quando começa a Copa das Confederações . Entretanto, o país-sede vai ter que mostrar muito mais do que isso se não quiser fazer feio fora dos gramados – dedicando atenção especial para questões como mobilidade urbana e telecomunicações.
Para Paulo Resende, especialista em logística e um dos diretores da Fundação Dom Cabral (escola de administração de Belo Horizonte), a última área está entre as que mais preocupam. "A rede 4G vai ser uma decepção", aposta. Resende acredita que a infraestrutura de telecomunicações oferecida hoje pelas cidades-sede não comporta o fluxo de informações esperado para a Copa das Confederações.
Outra preocupação do especialista é o acesso aos estádios. De acordo com Resende, chegar aos jogos em cidades que optaram por soluções de transporte como corredores expressos para ônibus — como Fortaleza – poderá ser uma tarefa difícil. Outro problema são os estádios em áreas afastadas – como a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata (região metropolitana do Recife).
O caos no trânsito foi motivo de críticas à África do Sul no último torneio, realizado em 2009. Naquela ocasião, o país também sofreu com racionamento de energia. "Não existe risco de desabastecimento durante a Copa das Confederações”, já afirmou Edson Lobão, ministro de minas e energia. Por e-mail, o ministério informou que, durante o torneio, a expectativa é de alterações pontuais no consumo energético do país – que hoje é de 48 mil GWh por mês.
Resende também destacou algumas áreas que devem ser destaques positivos durante a Copa das Confederações – como aeroportos e serviços de apoio ao turista. O público eminentemente nacional e as menores proporções do evento em relação ao Mundial de 2014 seriam razões do fenômeno. "Não acredito que a violência será um problema", afirma ele.
Porém, o especialista adverte para o risco de que os recentes protestos organizados por movimentos sociais e categorias profissionais possam atrapalhar a imagem do evento da Fifa no país. "A manifestações são importantes, mas podem se tornar elementos complicadores para os organizadores do torneio", afirmou o especialista.
Imagem em jogo
Analistas estrangeiros também têm grandes expectativas em relação aos eventos da Fifa no país. "Esperamos que as coisas sejam tranquilas em termos de estádios, transporte e infraestrutura de turismo", afirmou Kay Schiller, especialista em futebol alemão e professor de história contemporânea da Universidade de Durham.
Em entrevista, ele lembrou a repercussão internacional da demora nas obras do Maracanã e da queda do teto do Fonte Nova, dois dos estádios a serem usados na Copa das Confederações.
"Jornais alemães têm noticiado que muito da infraestrutura de transporte ainda precisa ser aprimorado", informou Schiller. Outra preocupação dos estrangeiros seriam os gastos com ingressos e os custos de hospedagem (que segundo ele, poderiam ser maiores aqui do que em locais como Nova York e Paris).
O especialista afirmou que o Brasil pode usar o evento para transmitir ao mundo a imagem de um nação aberta, tolerante, moderna e pujante economicamente – o que teria repercussões positivas para a própria sociedade brasileira.
Porém, se prevalecerem problemas com estádios, transportes, crimes e histórias de corrupção, ele acredita que o país não irá lucrar de verdade com a Copa das Confederações e o Mundial de 2014. "O Brasil continuará a ser visto por muitos na Europa como um país atrasado e subdesenvolvido", afirmou o acadêmico alemão.
Na última quarta, a Fifa afirmou que considera prontos os estádios que serão palco da Copa das Confederações – embora ainda houvesse operários trabalhando em alguns deles. Para a presidente Dilma, os olhos do mundo estarão sobre o país.
São Paulo – Entusiasmo, alegria e bom futebol estão entre os elementos que o mundo espera do Brasil a partir de amanhã, quando começa a Copa das Confederações . Entretanto, o país-sede vai ter que mostrar muito mais do que isso se não quiser fazer feio fora dos gramados – dedicando atenção especial para questões como mobilidade urbana e telecomunicações.
Para Paulo Resende, especialista em logística e um dos diretores da Fundação Dom Cabral (escola de administração de Belo Horizonte), a última área está entre as que mais preocupam. "A rede 4G vai ser uma decepção", aposta. Resende acredita que a infraestrutura de telecomunicações oferecida hoje pelas cidades-sede não comporta o fluxo de informações esperado para a Copa das Confederações.
Outra preocupação do especialista é o acesso aos estádios. De acordo com Resende, chegar aos jogos em cidades que optaram por soluções de transporte como corredores expressos para ônibus — como Fortaleza – poderá ser uma tarefa difícil. Outro problema são os estádios em áreas afastadas – como a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata (região metropolitana do Recife).
O caos no trânsito foi motivo de críticas à África do Sul no último torneio, realizado em 2009. Naquela ocasião, o país também sofreu com racionamento de energia. "Não existe risco de desabastecimento durante a Copa das Confederações”, já afirmou Edson Lobão, ministro de minas e energia. Por e-mail, o ministério informou que, durante o torneio, a expectativa é de alterações pontuais no consumo energético do país – que hoje é de 48 mil GWh por mês.
Resende também destacou algumas áreas que devem ser destaques positivos durante a Copa das Confederações – como aeroportos e serviços de apoio ao turista. O público eminentemente nacional e as menores proporções do evento em relação ao Mundial de 2014 seriam razões do fenômeno. "Não acredito que a violência será um problema", afirma ele.
Porém, o especialista adverte para o risco de que os recentes protestos organizados por movimentos sociais e categorias profissionais possam atrapalhar a imagem do evento da Fifa no país. "A manifestações são importantes, mas podem se tornar elementos complicadores para os organizadores do torneio", afirmou o especialista.
Imagem em jogo
Analistas estrangeiros também têm grandes expectativas em relação aos eventos da Fifa no país. "Esperamos que as coisas sejam tranquilas em termos de estádios, transporte e infraestrutura de turismo", afirmou Kay Schiller, especialista em futebol alemão e professor de história contemporânea da Universidade de Durham.
Em entrevista, ele lembrou a repercussão internacional da demora nas obras do Maracanã e da queda do teto do Fonte Nova, dois dos estádios a serem usados na Copa das Confederações.
"Jornais alemães têm noticiado que muito da infraestrutura de transporte ainda precisa ser aprimorado", informou Schiller. Outra preocupação dos estrangeiros seriam os gastos com ingressos e os custos de hospedagem (que segundo ele, poderiam ser maiores aqui do que em locais como Nova York e Paris).
O especialista afirmou que o Brasil pode usar o evento para transmitir ao mundo a imagem de um nação aberta, tolerante, moderna e pujante economicamente – o que teria repercussões positivas para a própria sociedade brasileira.
Porém, se prevalecerem problemas com estádios, transportes, crimes e histórias de corrupção, ele acredita que o país não irá lucrar de verdade com a Copa das Confederações e o Mundial de 2014. "O Brasil continuará a ser visto por muitos na Europa como um país atrasado e subdesenvolvido", afirmou o acadêmico alemão.
Na última quarta, a Fifa afirmou que considera prontos os estádios que serão palco da Copa das Confederações – embora ainda houvesse operários trabalhando em alguns deles. Para a presidente Dilma, os olhos do mundo estarão sobre o país.