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O que houve com a greve dos caminhoneiros, prevista para ontem e hoje?

Sem adesão de entidades representativas do setor, paralisação acabou não decolando; polícia rodoviária registra protestos nas estradas

Greve dos caminhoneiros de 2018 parou o país (Ueslei Marcelino/Reuters)

Greve dos caminhoneiros de 2018 parou o país (Ueslei Marcelino/Reuters)

CA

Carla Aranha

Publicado em 26 de julho de 2021 às 09h07.

Última atualização em 26 de julho de 2021 às 15h15.

Apesar dos esforços de algumas entidades do setor de transporte autônomo em promover uma paralisação neste domingo, 25, e segunda, 26, as estradas permanecem desbloqueadas em todo país, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Foram registrados apenas pequenos protestos, sem aglomerações, às margens de algumas rodovias e na entrada do porto de Santos, em São Paulo.

Nem mesmo entre as lideranças dos caminhoneiros havia unanimidade quanto à realização da greve. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), considerada uma das entidades mais representativas da categoria, decidiu não aderir à greve e disse, na semana passada, por meio de nota, desconhecer iniciativas de grupos relevantes nesse sentido.

Ao mesmo tempo, líderes conhecidos da greve de 2018, como Plínio Dias, que parou o país, convocavam a paralisação por meio de grupos de WhatsApp. À frente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Dias acreditava que a mobilização pelas mídias sociais poderia ajudar a promover uma paralisação nacional.

O Ministério da Infraestrutura divulgou em nota que a CNTRC "não é entidade de classe representativa para falar em nome do setor do transporte rodoviário de cargas autônomo e que qualquer declaração feita em relação à categoria corresponde apenas à posição isolada de seus dirigentes". A pasta também destacou que as associações do setor possuem caráter difuso e fragmentado.

Entre as principais reinvidicações da categoria estava o fim da política de preços da Petrobras para os combustíveis e o cumprimento do piso mínimo de frete. A alta mais recente ocorreu no dia 5 deste mês, quando Petrobras elevou o preço da gasolina em mais de 6%. O diesel teve um aumento de 3,7% e passou a custar 2,81 reais nas refinarias. 

Os reajustes foram acompanhandos por um aumento de 5,8% do frete rodoviário. Segundo os caminhoneiros, no entanto, a tabela dificilmente é respeitada. O preço mínimo do frete foi criado pela equipe do ex-presidente Michel Temer durante a greve de maio de 2018. A medida foi implementada pelo governo dentro do conjunto de ações para pôr fim à paralisação.

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