(Lula: Ricardo Stuckert / Bolsonaro: Renato Pizzutto/Band/Divulgação)
Alessandra Azevedo
Publicado em 28 de outubro de 2022 às 06h00.
Última atualização em 28 de outubro de 2022 às 20h48.
Na noite desta sexta-feira, 28, os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) participam do último debate presidencial antes do segundo turno das eleições. O embate será transmitido ao vivo pela TV Globo, a partir das 21h30.
Os eleitores também poderão acompanhar pela GloboNews e pelo site do G1. A EXAME publicará os destaques do debate em tempo real.
Com uma margem pequena de diferença nas últimas pesquisas eleitorais, Lula e Bolsonaro terão a última oportunidade de conquistar os votos de indecisos e de aumentar a rejeição popular ao adversário.
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Os dois têm se preparado para enfrentar perguntas relacionadas a corrupção e economia. Lula, que foi chamado de “corrupto” e “ex-presidiário” em debates anteriores, terá o desafio de se defender e de rebater acusações sem estourar o tempo de fala.
Já Bolsonaro deve fazer o possível para se desvincular de Roberto Jefferson, se o assunto vier à tona. O ex-deputado do PTB, aliado do presidente, atirou contra policiais federais no último domingo, antes de ser preso por descumprir regras da prisão domiciliar.
Sobre temas econômicos, Bolsonaro deve reafirmar que o salário mínimo terá reajuste acima da inflação em 2023, que não há intenção de congelar aposentadorias e que ele não acabará com as deduções de despesas de saúde e educação no Imposto de Renda.
Essas questões desgastaram a campanha do presidente ao longo da semana, depois da publicação de notícias sobre planos que estariam sendo estudados pelo Ministério da Economia para acabar com a indexação do salário mínimo e para reduzir os descontos do IRPF.
Lula deve aproveitar o assunto para lembrar que, nos últimos anos, o salário mínimo não teve aumento real -- ou seja, que o governo Bolsonaro não fez nenhum reajuste acima da inflação e nunca propôs isso ao Congresso.
No primeiro confronto direto entre Lula e Bolsonaro no segundo turno, que aconteceu no dia 16 de outubro, na Band, os dois falaram sobre corrupção, Orçamento e pandemia de covid-19. Assim como nos debates anteriores, houve mais trocas de acusações do que discussão de propostas.
O debate será mediado pelo jornalista William Bonner e dividido em cinco blocos. Em dois deles, os candidatos discutirão temas livres. Em outros dois, os assuntos serão escolhidos a partir de alternativas apresentadas em um telão. O último será para considerações finais.
Para o cargo de presidente, quando nenhum dos candidatos atinge 50% mais um dos votos válidos, a eleição vai para o segundo turno. Em 2022, a segunda etapa de votação é no dia 30 de outubro. Diferentemente de outros anos, para esta eleição, o fuso horário para a votação é um só em todo o país, o de Brasília, das 8h às 17h.
O eleitor que não votou no primeiro turno das eleições de 2022 pode e deve votar no segundo turno. Segundo o TSE, cada turno é tratado como uma eleição independente pela Justiça Eleitoral. Isso significa que uma pessoa que não votou no primeiro turno não é proibida de ir às urnas no segundo, desde que seu título eleitoral esteja regular.
O segundo turno é somente para cargos de governador e presidente, caso nenhum candidato atinja 50% mais um dos votos válidos. Para estado sem segundo turno, há votação somente para presidente.
Nas eleições de 2022, doze estados vão ter a definição em uma segunda etapa: São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Alagoas, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Santa Catarina, e Rondônia.
Quem não pode justificar a ausência no dia do primeiro turno da eleição, tem o prazo de até 60 dias após cada turno para regularizar a situação eleitoral sem o pagamento da multa. Os canais para realizar o procedimento online são o e-Título e o Sistema Justifica. Nesse caso, além de preencher o requerimento, é necessário anexar documentos que comprovem o motivo alegado, pois a justificativa não é automática e poderá ser ou não concedida pelo juiz eleitoral.
Indecisos e migração de eleitores. Essas duas variáveis são as hipóteses apontadas por institutos de pesquisas eleitorais para explicar a diferença entre o que as sondagens indicavam e o resultado das urnas no primeiro turno das eleições 2022.
Há um ainda um terceiro elemento, menos determinante, mas também com algum grau de impacto: a falta de um Censo atualizado. A metodologia das pesquisas eleitorais leva em conta os dados oficiais para retratar, proporcionalmente, a cara do Brasil.
O último Censo demográfico foi realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010. Em 2020 havia a previsão de uma nova rodada de entrevistas para entender o perfil dos brasileiros, mas a realização da pesquisa foi suspensa por conta da pandemia de covid-19. Em 2021, cortes orçamentários suspenderam a realização, mas o Supremo Tribunal Federal obrigou o governo a fazer o Censo, cuja coleta começou neste ano.