O que é a vacina bivalente contra covid-19 e quem pode tomar?
Nova campanha de vacinação começa. Para esta fase são convocados 18 milhões de brasileiros em grupos de risco
Repórter de Lifestyle
Publicado em 28 de fevereiro de 2023 às 18h12.
Última atualização em 28 de fevereiro de 2023 às 18h15.
O Ministério da Saúde começou, no dia 27 de fevereiro, uma nova campanha de vacinação contra a covid-19. Para esta fase são convocados 18 milhões de brasileiros em grupos de risco -- idosos e imunossuprimido (veja todo o grupo abaixo). Eles recebem no braço uma dose do imunizante bivalente da Pfizer que protege contra o vírus original do SARS-CoV-2 e as últimas variantes, como a Ômicron, altamente transmissível.
Em um ato simbólico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem 77 anos e está dentro do grupo de risco, recebeu uma dose da vacina no braço em um evento realizado em Brasília. Quem aplicou foi o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que é médico.
O que é a vacina bivalente?
Assim como a da gripe, outras vacinas recebem uma atualização para contemplar uma proteção sobre novas variantes que surgem ao longo do tempo.O imunizante aplicado nesta nova etapa é bivalente, ou seja, protege contra mais de uma cepa do vírus.Para isso, é usada a tecnologia do mRNA com dois códigos genéticos. No caso da Pfizer, está sendo usado o código da cepa original do coronavírus e o da variante Ômicron, que é a predominante nas infecções recentes no mundo todo.
Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que issonão significa que as chamadas monovalentes não funcionem. Segundo o especialista, as vacinas já aplicadas conferem uma proteção significativa contra o coronavírus na casa dos 80%. Pesquisas mostram que a variante Ômicron tende a diminuir este valor e conseguir passar pela barreira do corpo e infectar. Apesar disso, os imunizantes atuais conseguem proteger contra os casos graves e mortes, mesmo com as novas variantes.
Quem pode tomar a vacina bivalente?
São convocados idosos acima de 70 anos, pessoas acima de 12 anos com imunossupressão, indígenas, residentes em instituições de longa permanência e funcionários dessas instituições. A faixa etária de 60 a 69 anos deve começar nas próximas semanas. O governo federal também pretende fazer uma busca ativa das pessoas que estão com doses em atraso.
A recomendação do Ministério da Saúde é aplicar esta dose apenas como reforço. Com isso, quem não tomou nenhuma vacina precisa ter, pelo menos, as duas primeiras doses. Quem recebeu a terceira ou a quarta dose pode tomar diretamente a nova vacina atualizada bivalente.O intervalo entre a última aplicação e esta é de quatro meses.
Quais são os grupos prioritários?
- Pessoas com mais de 70 anos;
- Pessoas com deficiência;
- Comunidades indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
- Residentes em instituições de longa permanência e funcionários;
- Transplantados de órgão sólido ou de medula óssea;
- Pessoas com HIV;
- Pessoas com doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida;
- Pessoas em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias;
- Pessoas com neoplasias hematológicas, como leucemias, linfomas e síndromes mielodisplásicas;
- Pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses.
A vacina bivalente tem efeitos colaterais?
Toda e qualquer vacina pode gerar algum efeito colateral e não há necessidade de se preocupar, apontam médicos e cientistas.Os mais comuns são dor de cabeça, dor no local da aplicação, febre e fadiga.
As vacinas que usam a tecnologia de adenovírus geralmente causam uma reação maior do organismo porque ela “simula” como se o corpo estivesse sendo infectado pelo coronavírus. Mas os sintomas passam em até 48 horas.
A recomendação dos médicos é para que, caso os sintomas sejam muito fortes, use medicamentos para controlar a febre e as dores. O uso de anti-inflamatório é desaconselhado porque pode atrapalhar a resposta do corpo ao processo inflamatório natural na criação de anticorpos contra o coronavírus.
Quando começa a vacinação com a bivalente?
O Ministério da Saúde já começou a distribuir a vacina bivalente aos estados, que repassam aos municípios. As cidades seguem o calendário nacional, mas podem adiantar a aplicação da vacina, caso a procura da população ande mais rápido que o previsto pelo governo federal. A cidade de São Paulo, por exemplo, já tem doses disponíveis e está aplicando a nova versão do imunizante.
(Com Estadão Conteúdo)