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O que a OAS teria comprado para Lula, segundo o MPF

Lula é acusado de ter recebido propina da ordem dos 3,7 milhões de reais em troca de contratos da OAS com duas refinarias da Petrobras

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: ele foi apontado pelo MPF como o "comandante" do esquema de corrupção da Petrobras (Paulo Whitaker/Reuters)

Talita Abrantes

Publicado em 14 de setembro de 2016 às 19h32.

São Paulo - Na mira de três linhas de investigação na Operação Lava Jato , o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado hoje pelo Ministério Público Federal por corrupção e lavagem de dinheiro no tríplex do Guarujá (SP). Ele é acusado de ter recebido propina da ordem dos 3,7 milhões de reais em troca de contratos da OAS com duas refinarias da Petrobras .

Todo esse dinheiro, segundo os procuradores, teria sido revertido na aquisição e em benfeitorias no apartamento de 215 metros quadrados 164-A do Edifício Solaris, na Praia das Astúrias. Veja a lista de itens que a OAS teria presenteado ao ex-presidente:

Supostos benefíciosValor
Diferença entre o valor pago à cooperativa BANCOOP por um apartamento comum no Edifício Mar Cantábrico e o tríplex supostamente entregue pela OAS para a família LulaR$ 1.147.770,96
Reforma do tríplexR$ 926.228,82
Projeto da cozinha do tríplexR$ 342.037,30
Fogão, forno de microondas e geladeira "side by side"R$ 8.953,75
Contrato da OAS com a Granero Transportes Ltda para supostamente armazenar objetos pessoais de LulaR$ 1.313.747,24
TotalR$ 3.738.738,07

Na tarde desta quarta-feira, os procuradores da Lava  Jato subiram o tom das acusações contra o ex-presidente. Segundo eles, Lula não só era beneficiário do esquema de corrupção da Petrobras como era o " comandante máximo do esquema de corrupção ", disse o procurador que chefia a força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol. Na denúncia apresentada hoje, os desvios de recursos públicos chegam a 87,6 milhões de reais.

A versão de Lula sobre o caso tríplex

Reprodução Google Street View

“A realidade dos fatos é que um apartamento que foi mencionado não pertence a Lula, nem à dona Mariza. Eles não forma beneficiados por qualquer reforma feita no imóvel e nenhum conhecimento de qualquer esquema criminoso”, afirmou o advogado do ex-presidente,

De fato, a ex-primeira dama Marisa Letícia comprou, em 2005, uma cota na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), para adquirir um apartamento no condomínio Solaris. A unidade 141, de 82,5 metros quadrados, teria sido designada para ela.

Em 2006, Lula, então candidato à reeleição, declarou ter pagado até aquele momento 47,69 mil reais em uma “participação” na Bancoop em um “apartamento em construção em Guarujá”. No total, segundo informações do Instituto Lula, foram investidos 179,6 mil reais na cota da Bancoop – que em 2009 já valiam mais de R$ 209 mil.

Três anos depois, a cooperativa faliu e repassou o empreendimento para a OAS. A empreiteira, então, determinou um prazo para que os cooperados vendessem a cota ou adquirissem o imóvel.

A ex-primeira dama teria perdido a data limite estipulada pela empresa e perdeu a chance de adquirir a unidade 141. No entanto, segundo informações do Instituto Lula, ela ainda poderia optar por outro apartamento.

De acordo com o instituto, Lula e Marisa teriam visitado o tríplex na companhia de Leo Pinheiro, presidente da OAS. Em novembro do ano passado, Marisa Letícia desistiu da compra do imóvel.

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Todo esse dinheiro, segundo os procuradores, teria sido revertido na aquisição e em benfeitorias no apartamento de 215 metros quadrados 164-A do Edifício Solaris, na Praia das Astúrias. Veja a lista de itens que a OAS teria presenteado ao ex-presidente:

Supostos benefíciosValor
Diferença entre o valor pago à cooperativa BANCOOP por um apartamento comum no Edifício Mar Cantábrico e o tríplex supostamente entregue pela OAS para a família LulaR$ 1.147.770,96
Reforma do tríplexR$ 926.228,82
Projeto da cozinha do tríplexR$ 342.037,30
Fogão, forno de microondas e geladeira "side by side"R$ 8.953,75
Contrato da OAS com a Granero Transportes Ltda para supostamente armazenar objetos pessoais de LulaR$ 1.313.747,24
TotalR$ 3.738.738,07

Na tarde desta quarta-feira, os procuradores da Lava  Jato subiram o tom das acusações contra o ex-presidente. Segundo eles, Lula não só era beneficiário do esquema de corrupção da Petrobras como era o " comandante máximo do esquema de corrupção ", disse o procurador que chefia a força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol. Na denúncia apresentada hoje, os desvios de recursos públicos chegam a 87,6 milhões de reais.

A versão de Lula sobre o caso tríplex

Reprodução Google Street View

“A realidade dos fatos é que um apartamento que foi mencionado não pertence a Lula, nem à dona Mariza. Eles não forma beneficiados por qualquer reforma feita no imóvel e nenhum conhecimento de qualquer esquema criminoso”, afirmou o advogado do ex-presidente,

De fato, a ex-primeira dama Marisa Letícia comprou, em 2005, uma cota na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), para adquirir um apartamento no condomínio Solaris. A unidade 141, de 82,5 metros quadrados, teria sido designada para ela.

Em 2006, Lula, então candidato à reeleição, declarou ter pagado até aquele momento 47,69 mil reais em uma “participação” na Bancoop em um “apartamento em construção em Guarujá”. No total, segundo informações do Instituto Lula, foram investidos 179,6 mil reais na cota da Bancoop – que em 2009 já valiam mais de R$ 209 mil.

Três anos depois, a cooperativa faliu e repassou o empreendimento para a OAS. A empreiteira, então, determinou um prazo para que os cooperados vendessem a cota ou adquirissem o imóvel.

A ex-primeira dama teria perdido a data limite estipulada pela empresa e perdeu a chance de adquirir a unidade 141. No entanto, segundo informações do Instituto Lula, ela ainda poderia optar por outro apartamento.

De acordo com o instituto, Lula e Marisa teriam visitado o tríplex na companhia de Leo Pinheiro, presidente da OAS. Em novembro do ano passado, Marisa Letícia desistiu da compra do imóvel.

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