Out/18: A partir de janeiro, polícia vai atirar para matar, diz Doria
Com discurso mais radical, candidato ao governo de SP afirmou, no início de outubro, que, se eleito, as policias Militar e Civil iriam atirar para matar
Clara Cerioni
Publicado em 2 de outubro de 2018 às 12h33.
Última atualização em 2 de dezembro de 2019 às 09h38.
Texto publicado em 2 de outubro de 2018
São Paulo — O candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PSDB, João Doria , afirmou nesta segunda-feira (01) que, se eleito, as polícias militar e civil vão atirar para matar os bandidos que reagirem.
"Não façam enfrentamento com a Polícia Militar nem a Civil. Porque, a partir de 1º de janeiro, ou se rendem ou vão para o chão. Se fizer o enfrentamento com a polícia e atirar, a polícia atira. E atira para matar", disse em entrevista à Rádio Bandeirantes.
"Segurança pública é isso. É defender o cidadão, as mães, as pessoas que são roubadas e assaltadas diariamente em São Paulo. Nós vamos combater isso com políticas duras de apoio à Polícia Militar e Civil", finalizou o candidato.
A fala de Doria vai em desencontro com a atuação dos policiais de São Paulo, que desde 1998, seguem um método de uso progressivo da força. Chamado de Giraldi, a orientação é que o policial cesse a ação do agressor contra a vítima, mas em caso de tiro "o disparo não deve ter como finalidade a morte".
Segurança pública
O mote do candidato ao governo "polícia na rua e bandido na cadeia" se aproxima do discurso do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). A estratégia visa conquistar votos dos eleitores do pesselista.
Em entrevista também à Rádio Bandeirantes, Doria desconversou a comparação de seu discurso com o de Bolsonaro. Mas confirmou que pretende colocar mais agentes na rua e oferecer mais equipamentos para as polícias.
"Todas as novas compras de veículos que fizermos serão blindados, assim como é nos Estados Unidos. Não faz sentido ter um carro sem blindagem, que serve para proteger e melhorar a condição de enfrentamento com os bandidos", disse.