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"O mais importante é me resolver com Deus", diz Onyx sobre caixa 2

Segundo delatores da JBS, o futuro chefe da Casa Civil teria recebido R$ 100 mil em 2012 e R$ 200 mil em 2014 para campanhas eleitorais

Onyx: o caso é investigado pela PGR, com o aval do STF (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 15h12.

São Paulo —O ministro da Transição e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou, ao programa Canal Livre, da Band, que o mais importante para ele é se "resolver com Deus" sobre o caso do recebimento de caixa dois da JBS.

A entrevista com Onyx foi exibida no início da madrugada desta segunda-feira (10). Na sexta-feira (7) em entrevista coletiva com jornalistas em São Paulo, o ministro disse que "resolver" o caso com a autoridade divina "é importante" para ele.

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Segundo delatores da JBS, o futuro chefe da Casa Civil teria recebido R$ 100 mil em 2012 e R$ 200 mil em 2014 para campanhas eleitorais, e ele próprio já admitiu ter usufruído dos recursos.

O caso é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que obteve a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar o caso na semana passada.

Onyx voltou a insistir que errou ao não declarar os valores doados pela JBS, mas disse que o caso não pode ser configurado como corrupção. Durante a entrevista, Onyx mostrou uma tatuagem no braço com um frase bíblica, que teria feito para tentar se aliviar do erro.

"Quando isso (a prática de caixa 2) aconteceu, eu sofri muito. Dentro do que eu acredito, eu entendi que eu tinha que fazer isso. Depois que eu fiz, e depois que eu pude me sentir em paz, eu fiz uma coisa há dois anos. Aqui (mostrando o braço) está o João 8:32: 'A verdade vos libertará'. Isso é para me lembrar do dia que eu errei. Isso é para mim, não é para sair por aí mostrando." O mesmo versículo é citado frequentemente pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, desde a campanha eleitoral.

O ministro disse ainda que foi levado a praticar caixa 2 por se tratar de uma "regra" em Brasília. E repetiu que a abertura da investigação pela PGR lhe dará a oportunidade de prestar esclarecimentos.

Onyx também afirmou que é um "combatente contra a corrupção" e citou o fato de ter sido relator do projeto das Dez Medidas Contra a Corrupção na Câmara, que acabou fracassando. "Não temo nada. Bolsonaro sabe quem eu sou", disse.

Em outro momento da entrevista, o ministro elogiou seu futuro colega de Esplanada dos Ministério, o ex-juiz Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública. "Ele chega cedo e sai tarde (do gabinete de transição). A equipe dele está fazendo um trabalho... As informações que temos recebido são excepcionais", disse Onyx. "(Com o trabalho de Moro) Vamos fechar a torneira da corrução, se Deus quiser."

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