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O caso Aécio: Senado decide nos próximos dias como salvá-lo

ÀS SETE - Os parlamentares enfrentam o conflito de arcar com o ônus de salvar o homem que pediu, e recebeu em parte, R$ 2 mi de Joesley Batista

Aécio: A omissão do STF reduz a pó o receio de senadores e deputados de contrariar a Justiça

Aécio: A omissão do STF reduz a pó o receio de senadores e deputados de contrariar a Justiça

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2017 às 07h03.

Última atualização em 16 de outubro de 2017 às 09h56.

As próximas 48 horas podem definir o futuro do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A expectativa é que a decisão do Senado sobre o afastamento do senador do mandato seja tomada na terça-feira.

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Os parlamentares reclamaram para si a decisão sobre o colega, mas não querem arcar com o ônus de salvar o homem que pediu, e recebeu em parte, 2 milhões de reais de Joesley Batista, sócio do grupo J&F. A saída foi a de sempre: articular uma votação secreta, em que não se sabe quais os senadores apoiaram o tucano.

O juiz federal Márcio Luiz Coelho de Freitas concedeu no sábado uma liminar que impede a votação secreta, mas o Senado ameaça ignorar a decisão da Justiça.

Depois da votação no Supremo Tribunal Federal, que definiu que os senadores têm autonomia para definir se Aécio se submeteria às medidas cautelares, há precedente para que se descarte toda tentativa de regulação do Judiciário na atuação de parlamentares.

A omissão do Supremo, tanto no caso Aécio como na tentativa de afastamento de Renan Calheiros da Presidência do Senado no fim do ano passado, reduziram a pó o receio de senadores e deputados de contrariar a Justiça.

Em referência a Renan, senadores criticaram no fim de semana o fato de um juiz de primeira instância “palpitar” sobre questões internas do Parlamento, segundo o jornal O Globo.

A Ordem dos Advogados do Brasil soltou nota condenando a adoção do voto secreto. “A crise pela qual passa o país é, sobretudo, de ordem moral, que submete a classe política brasileira ao maior desgaste de sua história”, argumenta o presidente nacional da entidade Cláudio Lamachia.

“O resgate de sua credibilidade, essencial à preservação da democracia, exige por parte dela rigoroso senso de cumprimento do dever cívico, dentro das regras da ordem jurídica e constitucional”. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que vai ao Supremo em caso de votação secreta.

Depois dos eventos recentes, dá para acreditar que algo vai impedir os nobres senadores de salvar o colega da forma como bem entenderem? E alguém espera que o Supremo faça algo a respeito? A única surpresa pode surgir no dia da votação, que pode ser adiada em meio à polêmica. O Senado adia, mas não se curva à pressão popular.

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