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O ano em que o gigante acordou

Tarifas de transporte foram estopim para protestos no Brasil

Manifestante segura bandeira do movimento “Passe Livre” durante protesto: o aumento de R$0,20 centavos na tarifa do transporte público foi o estopim (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 08h42.

São Paulo -Nos últimos anos, jovens de todo o mundo têm saído às ruas para protestar, seja contra a crise econômica, contra governos autoritários ou guerras. As manifestações resultaram em iniciativas denominadas como Primavera Árabe , Occupy Wall Street, Indignados.

Algumas tiraram ditadores do poder, outras apenas fizeram barulho.

No Brasil, o aumento de R$0,20 centavos na tarifa do transporte público foi estopim para que milhões de pessoas fossem às ruas reclamar das condições de vida no país.

Em 6, 7 e 11 de junho, jovens coordenados pelo Movimento Passe Livre (MPL) fecharam vias importantes da cidade de São Paulo para pedir a diminuição dos bilhetes de ônibus e metrô. A mídia apontou o grupo como vândalos, ainda não se falava em "Black Blocs", e foi passada uma imagem de baderna.

Em 13 de junho, a Polícia avançou contra manifestantes pacíficos que tentavam subir a Avenida Paulista em São Paulo. Houve uma ampla cobertura televisiva.

No Rio de Janeiro também houve violência policial . Em Brasília, manifestantes ocupavam a sede do Congresso Nacional. Não este não era um dia comum.

Centenas de pessoas foram presas, muitos ficaram feridos, inclusive uma jornalista da Folha de São Paulo, que levou um tiro no olho. A imagem das manifestações mudava.

Em 15 de junho, ao discursar na abertura da Copa das Confederações, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada enquanto muitos torcedores presentes viraram as costas.


Em 17 de junho, milhões de pessoas - apesar dos números da Polícia Militar (PM) serem mais modestos - saíram às ruas em 12 capitais do país. Sem coordenação, a questão do transporte começou a sair da pauta e os manifestantes pediam coisas muitas vezes antagônicas.

Reclamava-se do governo, alguns pediam educação, outros queriam menos gastos com a Copa do próximo ano. Não eram somente os 20 centavos.

Os PMs não revidaram e a cidade de São Paulo foi tomada. Pessoas andavam pelas ruas da Paulista, um grupo chegou à sede do Governo local, o Palácio dos Bandeirantes. A cena se repetiria nos próximos dias.

No Rio de Janeiro, manifestantes ocuparam a frente do prédio do governador Sérgio Cabral, no Leblon. A A partir de 19 de junho, as autoridades começaram a baixar as tarifas.

Em 21 de junho, Dilma cancelou uma viagem oficial e fez um pronunciamento no qual dizia que as manifestações mostravam "a força de nossa democracia" e que iria conversar com outras autoridades -- e com líderes de movimentos sociais -- para discutir os temas pautados nos protestos.

Sobre o Mundial de 2014, um dos motivos dos protestos, a mandatária explicou que "jamais" permitiria que recursos saíssem dos setores de Saúde e Educação para a construção de estádios.

A partir de então, os protestos começaram a se enfraquecer, o MPL se afastou, alegando que os manifestos se afastaram da causa inicial, mas destacaram que a luta pelo "mundo sem catracas" continuaria.

Gradativamente, apenas os Black Blocs continuaram a se manifestar. Os 20 centavos baixaram, os políticos se assustaram, mas, em geral, a vida continuou a mesma.

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São Paulo -Nos últimos anos, jovens de todo o mundo têm saído às ruas para protestar, seja contra a crise econômica, contra governos autoritários ou guerras. As manifestações resultaram em iniciativas denominadas como Primavera Árabe , Occupy Wall Street, Indignados.

Algumas tiraram ditadores do poder, outras apenas fizeram barulho.

No Brasil, o aumento de R$0,20 centavos na tarifa do transporte público foi estopim para que milhões de pessoas fossem às ruas reclamar das condições de vida no país.

Em 6, 7 e 11 de junho, jovens coordenados pelo Movimento Passe Livre (MPL) fecharam vias importantes da cidade de São Paulo para pedir a diminuição dos bilhetes de ônibus e metrô. A mídia apontou o grupo como vândalos, ainda não se falava em "Black Blocs", e foi passada uma imagem de baderna.

Em 13 de junho, a Polícia avançou contra manifestantes pacíficos que tentavam subir a Avenida Paulista em São Paulo. Houve uma ampla cobertura televisiva.

No Rio de Janeiro também houve violência policial . Em Brasília, manifestantes ocupavam a sede do Congresso Nacional. Não este não era um dia comum.

Centenas de pessoas foram presas, muitos ficaram feridos, inclusive uma jornalista da Folha de São Paulo, que levou um tiro no olho. A imagem das manifestações mudava.

Em 15 de junho, ao discursar na abertura da Copa das Confederações, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada enquanto muitos torcedores presentes viraram as costas.


Em 17 de junho, milhões de pessoas - apesar dos números da Polícia Militar (PM) serem mais modestos - saíram às ruas em 12 capitais do país. Sem coordenação, a questão do transporte começou a sair da pauta e os manifestantes pediam coisas muitas vezes antagônicas.

Reclamava-se do governo, alguns pediam educação, outros queriam menos gastos com a Copa do próximo ano. Não eram somente os 20 centavos.

Os PMs não revidaram e a cidade de São Paulo foi tomada. Pessoas andavam pelas ruas da Paulista, um grupo chegou à sede do Governo local, o Palácio dos Bandeirantes. A cena se repetiria nos próximos dias.

No Rio de Janeiro, manifestantes ocuparam a frente do prédio do governador Sérgio Cabral, no Leblon. A A partir de 19 de junho, as autoridades começaram a baixar as tarifas.

Em 21 de junho, Dilma cancelou uma viagem oficial e fez um pronunciamento no qual dizia que as manifestações mostravam "a força de nossa democracia" e que iria conversar com outras autoridades -- e com líderes de movimentos sociais -- para discutir os temas pautados nos protestos.

Sobre o Mundial de 2014, um dos motivos dos protestos, a mandatária explicou que "jamais" permitiria que recursos saíssem dos setores de Saúde e Educação para a construção de estádios.

A partir de então, os protestos começaram a se enfraquecer, o MPL se afastou, alegando que os manifestos se afastaram da causa inicial, mas destacaram que a luta pelo "mundo sem catracas" continuaria.

Gradativamente, apenas os Black Blocs continuaram a se manifestar. Os 20 centavos baixaram, os políticos se assustaram, mas, em geral, a vida continuou a mesma.

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