Brasil

"Nunca serei preso", diz Bolsonaro em discurso na Paulista

O presidente Jair Bolsonaro discursou na tarde desta terça-feira em manifestação de seus apoiadores na avenida Paulista, em São Paulo

Bolsonaro na avenida Paulista: presidente viajou até São Paulo à tarde e participou de ato na capital paulista (Alexandre Schneider/Getty Images)

Bolsonaro na avenida Paulista: presidente viajou até São Paulo à tarde e participou de ato na capital paulista (Alexandre Schneider/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2021 às 16h18.

Última atualização em 7 de setembro de 2021 às 18h32.

Após participar de cerimônia em Brasília pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro discursou na tarde desta terça-feira, 7, na avenida Paulista, em São Paulo, onde se reuniram parte de seus apoiadores.

O presidente viajou até São Paulo após o fim das festividades pelo Dia da Independência em Brasília. Ministros como Tarcísio de Freitas e Onyx Lorenzoni também estiveram no palanque na avenida Paulista.

Na fala, Bolsonaro voltou a falar sobre o voto impresso, rejeitado pela Câmara dos Deputados em agosto. "A alma da democracia é o voto. Não podemos admitir um sistema eleitoral que não oferece qualquer segurança", disse.

"Não é uma pessoa no TSE que vai nos dizer que esse processo é seguro e confiável", afirmou nesta terça-feira, citando que há uma "farsa" que é "patrocinada" pelo presidente do TSE, sem citar nominalmente o presidente, ministro Roberto Barroso.

O presidente acusa o sistema atual de dar brecha a fraudes, mas ainda não apresentou provas.

No discurso, Bolsonaro também afirmou que "nunca serei preso" e fez menção à possiblidade de que o TSE possa impugnar sua candidatura.

"O que incomoda alguns lá de Brasília é que começamos a mudar o Brasil. Acreditem, com vocês colocaremos o Brasil num lugar de destaque. Temos uma pátria que ninguém tem", disse.


Dirigindo-se aos defensores do governo, Bolsonaro prometeu que o Brasil "terá um lugar de destaque" no mundo e "será grande lá na frente".

O presidente afirmou ainda que a manifestação de hoje é uma foto a ser mostrada para o mundo. Os dois principais atos ocorreram em São Paulo e pela manhã, em Brasília, mas cidades em diversos estados também registraram manifestações.

Bolsonaro e apoiadores vêm convocando os atos deste 7 de setembro há semanas, como forma de mostrar apoio popular ao governo, cuja aprovação vem caindo para menos de um terço da população.

No discurso, Bolsonaro citou nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmando que não cumprirá mais "ordens" do ministro. Moraes é o responsável pelo inquérito das fake news que envolve o presidente Jair Bolsonaro.

"Não vamos admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição", disse. 

Falando sobre a pandemia, Bolsonaro disse ainda que prefeitos e governadores feriram a Constituição ao decretar medidas de enfrentamento à pandemia, como o isolamento social.

"60 milhões de pessoas me colocaram nessa missão. Hoje temos um presidente que defende a família, os militares e defende o seu povo", disse.

"Vocês passaram momentos difíceis com o vírus, mas pior do que a pandemia foram as ações de alguns governadores e prefeitos, que ignoraram nossa Constituição. Proibiram vocês de trabalhar e frequentar templos e igrejas para sua oração. A indignação de vocês foi crescendo."

Mais cedo, Moraes, Barroso e outros políticos se pronunciaram nas redes sociais e pediram respeito à democracia. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, não foram à cerimônia do 7 de setembro em Brasília.

Tenha acesso ilimitado às principais análises sobre o Brasil e o mundo. Assine a EXAME

Acompanhe tudo sobre:Alexandre de MoraesJair BolsonaroProtestosProtestos no Brasil

Mais de Brasil

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT