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Número de nascimentos no Brasil cai pela quarta vez e é o menor desde 1977

O ritmo de retração é inferior ao de 2020, que foi de - 4,7%, mas é superior aos - 3% registrados em 2019 e o recuo de 1,9% em 2021

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 27 de março de 2024 às 10h04.

Última atualização em 28 de março de 2024 às 09h15.

O Brasil apresenta pela quarta vez queda no número anual de nascimentos, com redução de 3,5% entre 2021 e 2022. Os dados são das Estatísticas do Registro Civil de 2022, divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O ritmo de retração é inferior ao de 2020, que foi de - 4,7%, mas é superior aos - 3% registrados em 2019 e o recuo de 1,9% em 2021. Na comparação com a média anual entre 2010 e 2019, a queda é de 11,4%, ou 326.181 nascimentos.

“A redução da natalidade e da fecundidade no país, já sinalizada pelos últimos Censos Demográficos, somada, em alguma medida, aos efeitos da pandemia, são elementos a serem considerados no estudo sobre a evolução dos nascimentos ocorridos no Brasil nos últimos anos”, explica a gerente da pesquisa do IBGE, Klívia Brayner, em nota. 

Em 2022, o número de crianças nascidas e registradas foi de 2.542.298, uma diferença de 93.566 registros em relação a 2021. Foi o menor total de nascimentos da pesquisa desde 1977. A série histórica foi iniciada em 1974.

A maior queda foi registrada no Nordeste, com redução de 6,7% dos nascimentos, seguido pelo Norte, com queda de 3,8%, o Sudeste, retração de 2,6%, Centro-Oeste, queda de 1,6%, e o Sul, com redução de 0,7%.

Em números absolutos, São Paulo foi o estado com mais nascimentos registrados, total de 512.611. Roraima, com 11.538, teve o menor registro.

Na variação do número de nascimentos em relação a 2021, Santa Catarina e Mato Grosso foram os únicos estados que tiveram aumento de nascimentos em 2022.

A maior variação negativa foi apontada na Paraíba, onde os nascimentos caíram 9,9%.

Em 2022, a média mensal de nascimentos registrados foi de 211.858. O maior volume de registros é de crianças que nasceram nos meses de março, com 233.177, e de maio, com 230.798.

Nenhum mês de 2022 registrou volume maior que a média entre 2015 e 2019.

Aumenta o percentual de mulheres com filhos depois dos 30 anos

Os dados mostram que nos últimos 20 anos houve aumento no percentual de mulheres que viram mães após os 30 anos. Cerca de 39% dos nascimentos em 2022 foram de mães com 30 anos ou mais. Na comparação com 2000, quando o número era de 24%, houve um aumento de 15 pontos percentuais.

Apesar da redução nos últimos anos, as mulheres predominantemente têm filhos entre 20 e 29 anos, cerca de 49,2% do total. Em 2000, o percentual era de 54,5%. A porcentagem de mulheres com menos de 20 anos que tiveram filhos caiu de 21,6% em 2000 para 12,1% em 2022.

A região Norte tem o maior r percentual de nascimentos gerados por mães com menos de 20 anos (18,7%) e a Região Sudeste com o maior percentual de nascimentos gerados por mães com 30 anos ou mais (42,9%).

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