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Novo ministro admite não entender profundamente de esporte

"Gostaria de tranquilizá-los para dizer: posso não entender profundamente de esportes, mas entendo de gente", disse George Hilton


	George Hilton e Dilma Rousseff: "as críticas não me abatem, me impulsionam a empurrar a mim mesmo a realizar proezas", disse
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

George Hilton e Dilma Rousseff: "as críticas não me abatem, me impulsionam a empurrar a mim mesmo a realizar proezas", disse (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2015 às 13h34.

Brasília - Alvo de críticas da comunidade esportiva e vaiado na última quinta-feira durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto, o novo ministro do Esporte, George Hilton, assumiu a pasta oficialmente nesta sexta-feira em evento esvaziado de atletas e também de representantes do primeiro escalão do governo.

O deputado federal mineiro do PRB usou seu discurso para se defender de ataques, mas admitiu não ser familiarizado com o assunto e "não entender profundamente" da área.

"Gostaria de tranquilizá-los para dizer: posso não entender profundamente de esportes, mas entendo de gente. Eu sei ouvir as pessoas, sei dialogar", disse o novo ministro, prometendo usar a habilidade política para gerir a pasta. Hilton é radialista, apresentador de televisão e animador. "As críticas não me abatem, me impulsionam a empurrar a mim mesmo a realizar proezas."

Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que passou nesta manhã o cargo a Hilton, minimizou a falta de familiaridade do sucessor com a pasta destacando a experiência da equipe técnica. As críticas ao nome do novo ministro, disse Rebelo, são "parte da democracia".

Diante da ausência de outras personalidades do mundo do esporte, Hilton quebrou o protocolo e pediu que o jogador de vôlei de praia Emanuel, presente no evento, subisse ao palco. Emanuel é casado com a ex-jogadora Leila, filiada ao PRB-DF.

A plateia era composta por servidores do ministério, representantes de confederações esportivas e políticos. A ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, chegou nos 10 minutos finais do discurso de Hilton.

Ligado à Igreja Universal, Hilton garantiu que sua "fé religiosa grande e inquebrável" não será obstáculo para a condução do Ministério.

Alinhado com o discurso do governo federal, Hilton destacou avanços dos últimos 12 anos na questão social e defendeu a "democratização" do esporte e seu uso como instrumento de inclusão.

"Eu vou dar atenção especial ao esporte social, ao esporte inclusão, educacional e comunitário", disse Hilton, mencionando o programa Atleta na Escola, com atividades para alunos de ensino médio.

O novo ministro disse que a tônica da sua gestão será o esporte de base e prometeu trabalho intenso pela prorrogação da Lei de Incentivo ao Esporte, que vence em 2015.

Ele afirmou ainda que, nos próximos dias, irá tratar com a Casa Civil da questão da dívida de clubes de futebol e prometeu se empenhar para valorizar o futebol feminino.

O apoio aos atletas que irão disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, segundo ele, será mantido, com continuidade dos programas Bolsa Pódio e Bolsa Atleta. Também será mantido o programa de controle de dopagem.

"Estou assumindo não só o compromisso de manter o que muito bem tem sido feito nesse ministério, mas especialmente de aperfeiçoar, ampliar e democratizar tudo o que vem sendo feito dentro do esporte", disse.

Hilton se recusou a dar entrevistas ao final do evento de transmissão do cargo e recebeu cumprimentos de convidados em uma sala reservada, sem a presença da imprensa.

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