Presidente Dilma Rousseff assina acordo da ONU de mudanças climáticas em Nova York: cidade viu protestos contra e a favor do impeachment (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2016 às 08h24.
Desde a chegada da presidenta Dilma Rousseff à Nova York para participar da cerimonia do Tratado sobre o Clima, assinado hoje (22), manifestantes contrários e favoráveis ao impeachment protestaram do lado de fora da sede das Nações Unidas em Nova York e também em frente à residência oficial da chefia da missão diplomática da ONU na cidade.
Nas manifestações de hoje de manhã na ONU, o grupo pró-Dilma reuniu cerca de 40 pessoas e por segurança ficou em frente ao grupo a favor do impeachment, mas separados por alambrados e a uma distância de dez metros.
O grupo contrário ao governo levava cartazes com as frases “Fora Dilma” e “Tchau querida”, e faziam um batuque com algumas panelas. Em alguns momentos os grupos se enfrentavam com grito e trocas de insultos.
O produtor Glaucio Buti veio de San Diego para se manifestar a favor do impeachment da presidenta Dilma. Ele disse que o objetivo é defender a Operação Lava Jato.
“Queremos mostrar para a imprensa internacional que Dilma é mentirosa. Queremos defender o juiz Sergio Moro, os valores e a família brasileira”, disse.
Jaime Pereira, dono de uma companhia de turismo, disse que veio para as manifestações para lutar contra a corrupção. “Estamos aqui para lutar contra esta máquina do PT que usou o dinheiro público de forma ilícita”, disse.
Quando perguntado sobre os outros partidos que também estão sendo investigados na Operação Lavajato ele disse que quer “que todos estes partidos, PSDB, PMDB, queremos que todos sejam penalizados”.
Do outro lado das barreiras de contenção, o grupo que defendia Dilma tinha rosas, flores e cartazes “não ao golpe no Brasil”, “fica querida” e “Impeachment não”, manifestantes gritavam em apoio a presidenta Dilma Rousseff e contra o impeachment. Eles também criticaram o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Manifestantes usavam máscaras de Cunha com dinheiro. “Estamos mostrando que um político indiciado por corrupção e lavagem de dinheiro liderou na Câmara um processo injusto contra uma presidenta honesta”, disse uma manifestante que não quis gravar entrevista.
Natália de Campos, artista de teatro de performance, faz parte de um comitê criado em Nova York para chamar atenção da comunidade internacional para o processo que o Brasil vive.
“Nós acreditamos que o que está acontecendo é antidemocrático e foi iniciado de forma ilegal, porque não há crime. Os ajustes fiscais ainda vão ser feitos e todos os governos fizeram o que eles chamam de pedaladas fiscais”.