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Quem são os delatores da Operação Lava Jato

Veja quem são os delatores que colocaram na mira das investigações os políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras


	O doleiro Alberto Youssef é tido como um dos principais operadores do esquema de corrupção na Petrobras
 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

O doleiro Alberto Youssef é tido como um dos principais operadores do esquema de corrupção na Petrobras (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2015 às 07h00.

São Paulo - Está prevista para esta semana a divulgação da tão aguardada lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com os nomes dos políticos citados no esquema de corrupção da Petrobras.

A expectativa é de que Janot apresente pedidos de abertura de investigação e denúncias contra políticos - nos casos em que houver provas suficientes de autoria do crime - suspeitos de envolvimento no esquema investigado na Operação Lava Jato.

Os delatores estão desempenhando um papel fundamental nas investigações do esquema. Diferentemente do mensalão, em que a delação feita por Roberto Jefferson foi apenas o ponto de partida das investigações, grande parte das denúncias que estão sendo apuradas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato foram feitas em depoimentos prestados em acordo de delação premiada. 

Dezenas de nomes de parlamentares apareceram nos depoimentos dos delatores, só na lista do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, por exemplo, ao menos 28 políticos são mencionados.

Veja a seguir quem são os principais delatores que estão contribuindo com as investigações do esquema:

Alberto Youssef

Para o Ministério Público Federal, o doleiro Alberto Youssef é um dos principais operadores do esquema de pagamentos de propinas e lavagem de dinheiro. Ele foi preso em março do ano passado, quando a primeira fase da Operação Lava Jato foi deflagrada.

O doleiro foi condenado por envolvimento no caso Banestado, nos anos 1990, maior escândalo de remessas ilegais de dinheiro já investigado.

Paulo Roberto Costa

Foi diretor de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012. O ex-diretor entrou na mira da Polícia Federal em março de 2013, quando veio à tona o fato de que ele teria ganhado um carro de luxo de Youssef.

Em depoimento, relatou a existência de um esquema de pagamento de propina que envolvia grandes empreiteiras do país e partidos políticos, como PT, PMDB e PP. Foi preso em março de 2014, mas foi solto após firmar o acordo de delação premiada. Hoje ele cumpre a pena em prisão domiciliar.

Pedro Barusco

É ex-gerente de Serviços da Petrobras e ex-braço direito de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal . Em depoimento, afirmou fazer a contabilidade do esquema. Segundo ele, o PT recebeu até 200 milhões de dólares de propina entre 2003 e 2013.

De acordo com depoimento do ex-gerente, sozinho, ele recebeu cerca de 50 milhões de dólares em propina em um período de 10 anos, a partir de 90 contratos firmados com a Petrobras. Parte dos pagamentos era feito por meio de contas no exterior.

Julio Camargo

Consultor que atuava para a Toyo-Setal, empreiteira que prestava serviços para a Petrobras. Afirmou ter pago pelo menos 154 milhões de reais em propina a operadores do PT e do PMDB para fechar negócios com a estatal. Os destinatários do suborno seriam Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal, e Fernando Soares, lobista que estaria ligado ao PMDB.

Augusto Mendonça Neto

Executivo ligado à Toyo-Setal, empreiteira que prestava serviços para a Petrobras. Assim como Julio Camargo, revelou, em depoimento, ter pago até 60 milhões de reais em propina ao ex-diretor da estatal Renato Duque entre 2008 e 2011.

Outros delatores

Também fecharam acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal: Lucas Pace Junior (ex-funcionário da doleira Nela Kodama, Carlos Aberto Pereira da Costa (advogado acusado de atuar como laranja de Youssef), Shinko Nakandakari (engenheiro civil, um dos operadores do esquema), Dalton Avancini (presidente da Camargo Corrêa) e Eduardo Hermelino Leite (vice-presidente da Camargo Corrêa).

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