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Origem do próximo pontífice não é importante, diz "papável"

Segundo Dom Odilo, arcebispo de São Paulo, "a questão de ser mais jovem ou menos jovem também não é a mais importante, mas ter discernimento"

Cardeal dom Odilo: "Não devemos estar apegados a cargos e posições quando está em jogo o bem maior da Igreja à qual servimos", expressou o cardeal. (WikimediaCommons)

Cardeal dom Odilo: "Não devemos estar apegados a cargos e posições quando está em jogo o bem maior da Igreja à qual servimos", expressou o cardeal. (WikimediaCommons)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 16h17.

São Paulo - O arcebispo de São Paulo, cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, incluído em algumas listas de "papáveis", afirmou nesta quarta-feira que a nacionalidade ou a idade do sucessor de Bento XVI não são tão essenciais quanto a preparação e a saúde.

"A reflexão de se o novo papa é da África, Ásia ou América Latina continuará e é compreensível. Não é essencial o lugar e a origem, e sim se está em condições", disse o cardeal em entrevista coletiva na qual qualificou a renúncia de Bento XVI como um ato de coragem.

Segundo Dom Odilo, de 63 anos, "a questão de ser mais jovem ou menos jovem também não é a mais importante, mas ter discernimento, estar preparado. A idade é algo relativo, o que importa é que tenha saúde".

Antes de começar a entrevista coletiva, o cardeal, que é um dos que elegerá o novo chefe da Igreja Católica, leu um comunicado no qual destacou que Bento XVI, de 85 anos, pôs o bem da Igreja acima do cargo ao decidir renunciar.

"Não devemos estar apegados a cargos e posições quando está em jogo o bem maior da Igreja à qual servimos", expressou o cardeal no comunicado.

Dom Odilo afirmou que a decisão do papa de renunciar a seu pontificado partir do próximo dia 28 merece "compreensão, respeito e admiração por sua humildade e coragem e pelo ensino de fé" que deixa.

"A Igreja é mais do que vemos e constatamos humanamente. Ela é o corpo do qual Cristo é a cabeça e o Espírito Santo a alma vivificante", acrescentou.


Ao ser perguntado sobre o cenário da renúncia do papa, além de seu esgotamento e de seus problemas de saúde, o cardeal foi contundente ao decretar: "não vejo disputa de poder no Vaticano".

Dom Odilo também evitou comentar suas possibilidades como "papável", e ao responder a uma pergunta a respeito, disse: "os outros (cardeais eleitores) são os que vão dizer, e ninguém vai se postular agora como preparado".

Em seu comunicado, Dom Odilo afirmou que espera que "o espírito de sabedoria e discernimento oriente os cardeais que deverão escolher o sucessor de Pedro".

"Mais do que nunca, este é o momento de reafirmar nossa fé em uma "igreja santa, católica e apostólica" e confiar na ação do Espírito Santo", acrescentou.

O cardeal, que convocou a entrevista coletiva para falar da Campanha da Fraternidade, disse que seja quem for o próximo papa, contará com o apoio da Igreja para desempenhar seu trabalho.

"Um papa não faz as coisas sozinho, é um conjunto. O papa desempenha um papel muito importante, mas o desafio é enfrentado pelo conjunto da Igreja, que começa pela base, pelas paróquias", declarou. 

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