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Marina diz que programa será base para posição no 2º turno

A ex-senadora sinalizou que pode apoiar Aécio


	Marina: "não há o que tergiversar com o sentimento do eleitor de 60 por cento que fez esse movimento (de mudança)"
 (Nacho Doce/Reuters)

Marina: "não há o que tergiversar com o sentimento do eleitor de 60 por cento que fez esse movimento (de mudança)" (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 06h47.

São Paulo - A candidata à Presidência Marina Silva (PSB), que está fora da disputa no segundo turno, disse que o seu programa de governo servirá de base para tomar uma posição na próxima etapa e sinalizou que poderá apoiar o candidato Aécio Neves (PSDB), ao contrário do que ocorreu em 2010, quando se manteve neutra.

"Nós vamos fazer a discussão e obviamente que estatisticamente a sociedade mostra isso. Não há o que tergiversar com o sentimento do eleitor de 60 por cento que fez esse movimento (de mudança)", em uma indicação de que poderá apoiar a candidatura de oposição.

Marina, no entanto, disse que a decisão será tomada em reuniões individuais dos partidos que fazem parte da coligação "Unidos pelo Brasil", e depois conjuntamente, com base no programa apresentado no segundo turno.

"O programa já foi discutido. Ele é a base de qualquer diálogo nesse segundo momento em que os eleitores iniciarão um novo processo", afirmou. Com a apuração da eleição quase concluída, Dilma tinha 43,3 milhões de votos, Aécio estava com 34,9 milhões e Marina com 22,2 milhões, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em 2010, quando foi candidata à Presidência pelo PV, Marina surpreendeu com 19,6 milhões de votos, mas decidiu não apoiar nem Dilma nem o tucano José Serra no segundo turno.

"Estamos no segundo turno com o nosso programa, como mais de 20 por cento da população brasileira, de que a mudança precisa ser qualificada", disse, acrescentando que encara a votação recebida como "crescimento" em relação à votação passada.

"Nós temos que ser coerentes é com o sentimento que representamos, de uma mudança qualificada que a sociedade está colocando. A sociedade brasileira está dizendo claramente que não quer o que está aí, do jeito que está aí", disse.

A ex-senadora, que se juntou ao PSB depois de ver negado o registro de seu partido Rede Sustentabilidade, não descartou a possibilidade de se manter no PSB.

Questionada se deixaria o PSB e quando, disse que o PSB jamais exigiu dela que desistisse do projeto Rede, mas ressaltou que a conjuntura mudou com a morte de Eduardo Campos.

"O que nós nunca imaginávamos é que o PSB que nos ajudou agora precisaria da nossa ajuda com a perda do Eduardo Campos. E o PSB sabe que pode contar com essa ajuda. Somos dois partidos inteiramente solidários."

Campos concorria à Presidência pelo partido socialista, mas após a morte trágica em um acidente aéreo em agosto foi substituído por Marina, que até então concorria como vice. (Por Pedro Belo e Maria Carolina Marcello)

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