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Governo do Rio cobrará Oi por gastos em desocupação

O prefeito Eduardo Paes disse que também vai pedir ressarcimento à Oi pelos prejuízos públicos com a confusão que se seguiu à retirada dos invasores


	O acampamento começou na sexta-feira à tarde, horas depois da tomada do prédio da Oi pela PM
 (Pedro Zambarda/EXAME.com)

O acampamento começou na sexta-feira à tarde, horas depois da tomada do prédio da Oi pela PM (Pedro Zambarda/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2014 às 17h35.

Rio - O governo do Rio pretende cobrar da Oi o valor gasto com a desocupação, pela Polícia Militar, do prédio da telefônica no Engenho Novo, zona norte do Rio, na sexta-feira, 11. O imóvel estava tomado por cerca de três mil pessoas. "Já estamos levantando o gasto com os homens empenhados na operação e tudo o que o Estado usou de ônibus, equipamentos. Vamos apresentar a conta à Oi", afirmou o governador Luiz Fernando Pezão. O prefeito Eduardo Paes disse que também vai pedir ressarcimento à Oi pelos prejuízos públicos com a confusão que se seguiu à retirada dos invasores.

O grupo que ocupava o imóvel continua acampado em frente à Prefeitura, no centro, à espera de uma promessa de moradia. Três secretários municipais receberam uma comissão ontem e ofereceram cadastro das famílias sem-teto em outro local, no bairro de São Cristóvão, na zona norte, de modo que a frente do prédio fosse desocupada. Mas a proposta não foi aceita - elas acreditam que se deixarem a Prefeitura não terão uma solução rápida.

O acampamento começou na sexta-feira à tarde, horas depois da tomada do prédio da Oi pela PM, em cumprimento à ordem judicial. O número era de 150 pessoas no sábado (boa parte dormiu lá mais uma noite, abrigada na passarela da Cidade Nova, inclusive com crianças). Neste domingo, 13, quintuplicou.

Mototaxistas foram chamados para transitar pelas favelas onde os invasores estão abrigados (em imóveis alugados ou casa de parentes e amigos) para convocar mais gente para acampar. Até o fim da tarde continua chegando gente, mesmo com a ameaça de chuva forte.

"Quanto mais gente, maior a pressão. Não vamos sair daqui. Queremos uma proposta concreta e cadastro com nome de todo mundo. Só pedimos para quem já recebe aluguel social ou já tem inscrição no Minha Casa, Minha Vida dê a vez, para não atrapalhar os outros", disse uma das lideranças, Ed dos Santos, de 26 anos, ele próprio já locatário de um imóvel no Jacarezinho.

O governador afirmou também que os mais necessitados serão atendidos pelos programas habitacionais disponíveis, "mas não na pressão". Na ocupação, foram identificadas 177 famílias. Agora, o cadastro será cruzado com o feito pela Prefeitura. As famílias querem não só um lugar para morar, mas também ressarcimento pelos eletrodomésticos e móveis que ficaram no prédio.

Elas estão sendo assistidas por advogados voluntários, que auxiliam nas negociações com a Prefeitura. O prefeito condenou pessoas que "pagavam aluguel e abandonaram suas residências pra ir pra lá (o prédio da Oi) ganhar uma casa do governo".

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