Brasil

Após áudio, ministro da Transparência pede demissão

A queda de Silveira acontece uma semana após o afastamento de Romero Jucá do ministério do Planejamento


	Fabiano Silveira: Temer, que até então vinha afirmando que o manteria na pasta, acatou o pedido
 (Conselho Nacional do Ministério Público)

Fabiano Silveira: Temer, que até então vinha afirmando que o manteria na pasta, acatou o pedido (Conselho Nacional do Ministério Público)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2016 às 20h48.

Brasília - O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, enviou uma carta de demissão e telefonou na noite desta segunda-feira, 30, para o presidente em exercício, Michel Temer, e oficializou o seu pedido para deixar do cargo.

Temer, que até então vinha afirmando que o manteria na pasta, acatou o pedido. O conteúdo da carta ainda não foi divulgado.

A queda de Silveira acontece uma semana após o afastamento de Romero Jucá do ministério do Planejamento.

O ex-ministro também foi flagrado em áudios com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Segundo interlocutores, Temer havia decidido até o momento tentar não ceder à pressão para evitar um efeito cascata: "a cada crítica ou denúncia, uma queda".

Temer havia telefonado mais cedo para Silveira para dizer que o manteria no cargo. No entanto, a pressão de centenas de servidores que anunciaram que deixariam o cargo se ele permanecesse foi mais forte e pesou na decisão do ministro.

Para interlocutores que defendiam a manutenção de Silveira no governo os áudios divulgados "não são comprometedores".

A permanência de Silveira também agradaria o presidente do Senado, Renan Calheiros, que também foi flagrado nas conversas. A avaliação é de que a queda de Silveira poderia enfraquecer diretamente Renan.

No início da noite, Renan divulgou nota rechaçando sua influência no governo em exercício.

"Em face das especulações, reitero de maneira pública e oficial que não irei indicar, sugerir, endossar, recomendar e nem mesmo opinar sobre a escolha de autoridades no governo do Presidente Michel Temer", afirmou.

"Por enquanto"

No início do dia, após reunião com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, Temer havia decidido manter o ministro no cargo "por enquanto", mas tinha deixado a ressalva de que poderia vir "uma segunda ordem".

Desde cedo, interlocutores reconheciam que começar novamente uma semana "apagando incêndio" gerava um desgaste para Temer.

"O assunto dominante é esse, vamos de novo começar a semana no improviso", disse um assessor palaciano.

Texto atualizado às 20h48

Acompanhe tudo sobre:gestao-de-negociosOperação Lava JatoTransparência

Mais de Brasil

Lula se solidariza com familiares de vítimas de acidente aéreo

Quem foi Luiz Galeazzi, empresário morto em queda de avião em Gramado

Em SP, 65.000 seguem sem luz e previsão é de chuva para a tarde deste domingo

Sobe para 41 número de mortos em acidente em Minas Gerais