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Esquema envolvendo Bumlai repetiu prática do mensalão

No detalhamento do empréstimo, Diogo Castro disse que houve total perdão dos juros, o que mostra a irregularidade da transação

Empresário Bumlai embarca em avião em Brasília (Ueslei Marcelino/ Reuters)

Empresário Bumlai embarca em avião em Brasília (Ueslei Marcelino/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2015 às 10h45.

São Paulo - Em coletiva para explicar a nova fase da Operação Lava Jato, batizada de Passe Livre, as autoridades disseram que o pecuarista José Carlos Bumlai começou a ser investigado no âmbito da Lava Jato após a delação premiada de Fernando Baiano.

De acordo com o procurador Diogo Castro de Mattos, Bumlai teria oferecido apoio político à construtora Schain para obter contratos com a Petrobras.

O procurador informou também que as investigações mostraram que o empresário é autor de lavagem de dinheiro e movimentação ilegal de recursos com uso de empresa de fachada.

Segundo o procurador, o empréstimo contraído por Bumlai, em 2004, de R$ 12 milhões, com juros, em dezembro de 2005, chegou em R$ 18 milhões, tinha como beneficiário o Partido dos Trabalhadores, sob a aparência de legalidade.

Mattos argumentou que tais empréstimos não cobrados são similares ao que ocorreu no escândalo do mensalão. "Conseguimos comprovar que o empréstimo de R$ 12 milhões a Bumlai não havia sido pago", disse.

Apesar de o PT ter sido citado como beneficiário do empréstimo de fachada, o procurador Carlos Fernando de Souza Lima disse que o suposto caminho do dinheiro até chegar ao partido ainda está sob investigação.

De acordo com o Ministério Público Federal, Bumlai, que foi preso hoje em Brasília, utilizou contratos firmados na Petrobras para quitar empréstimos junto ao Banco Schain.

No detalhamento do empréstimo, Diogo Castro disse que houve total perdão dos juros, o que mostra a irregularidade da transação.

Ele citou que além do empréstimo principal que envolve a estatal petrolífera, há dezenas de outros empréstimos não pagos, envolvendo pessoas físicas e jurídicas, coisa de dezenas de milhões de reais.

Nesta fase da operação, a força-tarefa investiga o uso de empréstimos para a lavagem de dinheiro, diferente do uso de empresas de consultoria, como foi revelado nas etapas anteriores.

A operação começou a partir da delação do ex-gerente internacional da Petrobras, Eduardo Vaz Musa, que citou a propina da empreiteira Schahin para Nestor Cerveró e outros executivos da estatal por meio de empréstimo do Banco Schahin para Luiz Carlos Bumlai.

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