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Nobel da Paz fala em golpe no país e provoca constrangimento

Após um breve encontro com senadores petistas, o arquiteto e ativista de direitos humanos argentino foi levado ao plenário da Casa


	Nobel da paz: “Acima dos interesses partidários estão os interesses do povo do Brasil e de toda América Latina”, afirmou o ativista argentino
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Nobel da paz: “Acima dos interesses partidários estão os interesses do povo do Brasil e de toda América Latina”, afirmou o ativista argentino (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2016 às 14h57.

Um grande constrangimento para os governistas foi criado hoje (28) no Senado, durante a visita do ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Pérez Esquivel, à Casa.

Após um breve encontro com senadores petistas, o arquiteto e ativista de direitos humanos argentino foi levado ao plenário da Casa, onde ocorre uma sessão deliberativa extraordinária.

Ao avistá-lo, o senador Paulo Paim (PT-RS), que presidia a sessão, pediu liçença para conceder a palavra ao argentino.

Segundo o parlamentar gaúcho, Esquivel queria fazer “uma saudação de paz aos senadores”.

O problema veio quando Esquivel disse que o Brasil está prestes a sofrer o que chamou de “golpe de Estado”.

O Nobel da Paz repetiu o que já havia dito hoje, um pouco mais cedo, ao sair do Palácio do Planalto, após encontro com a presidenta Dilma Rousseff.

Ele comparou o processo de impeachment de Dilma ao que ocorreu em Honduras e no Paraguai, com a destituição dos presidentes Manuel Zelaya, em 2009, e Fernando Lugo, em 2012.

“Acima dos interesses partidários estão os interesses do povo do Brasil e de toda América Latina”, afirmou o ativista argentino. Ele disse esperar que saia a melhor decisão do Senado pelo bem da democracia e da vida do povo brasileiro.

Parlamentares da oposição reagiram na hora à manifestação de Esquivel, lembrando que, em uma sessão ordinária da Casa, só senadores têm direito a falar.

Os oposicionistas disseram que Paulo Paim, que comandava a sessão, não poderia ter aberto uma exceção para isso. Paim se desculpou e “jurou” que não sabia o que o argentino iria falar.

O senador Athaides Oliveira (PSDB-TO) chegou a propor uma moção de repúdio, mas foi convencido a recuar e se contentou em pedir apenas que a declaração fosse retirada dos anais da sessão.

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