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No último discurso, Sarney fala de arrependimento e legado

"Eu me arrependo, acho que foi um erro que eu cometi ter voltado, depois de presidente, à vida pública", afirmou para um plenário praticamente vazio

Sarney: em junho, ele surpreendeu o mundo político ao anunciar que iria deixar vida pública (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 17h35.

Brasília - Em seu último discurso na tribuna do Senado , o senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) disse nesta quinta-feira ter se arrependido de ter voltado ao Congresso depois de ter ocupado a Presidência da República.

"Eu me arrependo, acho que foi um erro que eu cometi ter voltado, depois de presidente, à vida pública", afirmou para um plenário praticamente vazio.

Sarney afirmou que seria preciso proibir os ex-presidentes de ocuparem cargos públicos.

Para ele, quem já foi presidente deveria se dedicar a trabalhar pelo bem do país, independentemente das preferências partidárias.

Após a morte de Tancredo Neves, Sarney ocupou a Presidência entre 1985 e 1990, no período da transição democrática.

Antigo líder da UDN, partido que deu sustentação ao regime militar, o senador chamou o golpe de 1964 de "revolução" em um momento de sua fala.

Depois do terceiro mandato consecutivo no Senado, Sarney decidiu não disputar a eleição deste ano. Em junho, ele surpreendeu o mundo político ao anunciar que iria deixar a vida pública.

Durante o seu discurso, ele fez duras críticas ao atual modelo político e propôs que seja colocada em prática a reforma política.

Ele afirmou também que decidiu reapresentar um projeto que regulamenta o funcionamento das estatais como o seu "último legado".

Segundo ele, a medida acabaria com casos de corrupção como o da Petrobras, que "envergonham" o país.

Despedida

Apesar do seu histórico político - ele fez questão de ressaltar que era o parlamentar mais longevo do país, tendo sido eleito para o primeiro mandato como deputado em 1955 -, Sarney optou por uma despedida discreta.

O ex-presidente não avisou nenhum correligionário que faria o seu último discurso nesta quinta.

Vários peemedebistas correram para o plenário quando souberam que ele estava na tribuna.

"Eu quis fazer cedo, para que não tivesse ninguém mesmo, para falar às cadeiras vazias, mas, infelizmente, demorei bastante, a generosidade dos colegas foi grande, de maneira que a Casa está se enchendo", brincou.

Maranhão

Apesar de ter conseguido o mandato pelo Amapá, Sarney fez questão de agradecer ao povo do Maranhão, seu estado natal.

Segundo ele, apesar de a imprensa destacar apenas aspectos negativos, o Maranhão estaria na "vanguarda" do país.

Recentemente, a sua filha, Roseana Sarney, renunciou ao governo do Estado alegando problemas da saúde.

Depois de décadas no comando do Estado, o grupo de Sarney perdeu as eleições de outubro para o candidato do PC do B, Flávio Dino.

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Brasília - Em seu último discurso na tribuna do Senado , o senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) disse nesta quinta-feira ter se arrependido de ter voltado ao Congresso depois de ter ocupado a Presidência da República.

"Eu me arrependo, acho que foi um erro que eu cometi ter voltado, depois de presidente, à vida pública", afirmou para um plenário praticamente vazio.

Sarney afirmou que seria preciso proibir os ex-presidentes de ocuparem cargos públicos.

Para ele, quem já foi presidente deveria se dedicar a trabalhar pelo bem do país, independentemente das preferências partidárias.

Após a morte de Tancredo Neves, Sarney ocupou a Presidência entre 1985 e 1990, no período da transição democrática.

Antigo líder da UDN, partido que deu sustentação ao regime militar, o senador chamou o golpe de 1964 de "revolução" em um momento de sua fala.

Depois do terceiro mandato consecutivo no Senado, Sarney decidiu não disputar a eleição deste ano. Em junho, ele surpreendeu o mundo político ao anunciar que iria deixar a vida pública.

Durante o seu discurso, ele fez duras críticas ao atual modelo político e propôs que seja colocada em prática a reforma política.

Ele afirmou também que decidiu reapresentar um projeto que regulamenta o funcionamento das estatais como o seu "último legado".

Segundo ele, a medida acabaria com casos de corrupção como o da Petrobras, que "envergonham" o país.

Despedida

Apesar do seu histórico político - ele fez questão de ressaltar que era o parlamentar mais longevo do país, tendo sido eleito para o primeiro mandato como deputado em 1955 -, Sarney optou por uma despedida discreta.

O ex-presidente não avisou nenhum correligionário que faria o seu último discurso nesta quinta.

Vários peemedebistas correram para o plenário quando souberam que ele estava na tribuna.

"Eu quis fazer cedo, para que não tivesse ninguém mesmo, para falar às cadeiras vazias, mas, infelizmente, demorei bastante, a generosidade dos colegas foi grande, de maneira que a Casa está se enchendo", brincou.

Maranhão

Apesar de ter conseguido o mandato pelo Amapá, Sarney fez questão de agradecer ao povo do Maranhão, seu estado natal.

Segundo ele, apesar de a imprensa destacar apenas aspectos negativos, o Maranhão estaria na "vanguarda" do país.

Recentemente, a sua filha, Roseana Sarney, renunciou ao governo do Estado alegando problemas da saúde.

Depois de décadas no comando do Estado, o grupo de Sarney perdeu as eleições de outubro para o candidato do PC do B, Flávio Dino.

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