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O que Aécio pode ganhar com o apoio de Marina

De acordo com especialista, Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, teria mais influência para render votos do que Marina – pelo menos em Pernambuco


	Marina Silva e Aécio Neves no debate da TV Bandeirantes em 26 de agosto
 (Reuters/Paulo Whitaker)

Marina Silva e Aécio Neves no debate da TV Bandeirantes em 26 de agosto (Reuters/Paulo Whitaker)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 9 de outubro de 2014 às 13h18.

São Paulo – Fim da reeleição, reforma tributária e mais atenção ao tema da sustentabilidade. Junto com a Rede, Marina Silva teria preparado uma série de exigências em troca de prestar apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. 

Na prática, contudo, a aliança “programática” - como a ex-candidata teria definido - não deve render tantos votos para o tucano, de acordo com análise de Rafael Araújo, professor da PUC-SP e da FESPSP.

“Do ponto de vista simbólico, o apoio de Marina é importantíssimo. Outra coisa é se isso se reverte em votos”, afirma. “A transferência de votos depende muito de quem está fazendo esta sinalização”.

O capital político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, foi suficiente para repassar uma herança eleitoral consistente para Dilma Rousseff (PT) em 2010. O mesmo, no entanto, não se pode dizer de Marina.

 Em 2010, a então candidata à presidência ficou com 19% dos votos no primeiro turno. Mesmo assim, seu companheiro de chapa Eduardo Campos, morto em agosto, não ultrapassou os 9% nas pesquisas eleitorais. No domingo, Marina teve um desempenho um pouco acima do conquistado há quatro anos com 21,32% dos votos. 

Por outro lado, segundo ele, o apoio da ex-senadora pode pesar para quem votou nela, mas não sabe para que lado pender. “Em uma campanha política, é importante ter o maior número de apoios. Quanto mais gente apoiar, mais esta candidatura parece boa para os indecisos”, afirma o especialista. “Não é um cálculo matemático direto, mas sim indireto”.

Neste sentido, o apoio de Renata Campos tem um trunfo. Em Pernambuco, a viúva de Eduardo Campos tem potencial para impactar a candidatura de quem ela endossar. No primeiro turno, Marina Silva ganhou no estado e no Acre, onde nasceu.

“O apoio da família de Campos é mais efetivo. Lá sim, há uma força política forte”, afirma Araújo. 

Renata Campos, no dia seguinte ao enterro de Eduardo Campos, em evento de apoio a Câmara (Fernando Frazão/ Agência Brasil)

Tanto que, de virada, Paulo Câmara (PSB) venceu a corrida para o governo do estado com 67,7% dos votos. Em junho, antes da morte do presidenciável, o então candidato eleito tinha apenas 8% das intenções.

O irmão do ex-governador de Pernambuco, Antônio Campos, já afirmou que está com Aécio no segundo turno. Historicamente, contudo, a família sempre apoiou o PT. 

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