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"Não vamos criar maldade onde não existe", diz Maia sobre frase da caneta

Presidente Jair Bolsonaro afirmou que teria mais poder do que o deputado por "ter a caneta"

Maia e Bolsonaro: presidente da Câmara rebateu fala de Bolsonaro sobre ter mais poder do que o deputado por "ter a caneta" (Wilson Dias/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de maio de 2019 às 11h58.

Última atualização em 29 de maio de 2019 às 12h34.

Brasília — O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou nesta quarta-feira, 29, a fala do presidente Jair Bolsonaro de que teria mais poder do que o deputado por "ter a caneta" e ter a prerrogativa de editar decretos, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo. Para Maia, não houve maldade na fala de Bolsonaro.

"Ele fala da questão do decreto na importância que um bom decreto tem na regulamentação de projetos de lei, não tem maldade nenhuma não. Não vamos criar maldade onde não existe. (...) Não vou ficar entrando em uma frase que eu sei qual foi o contexto que ele falou para mim e eu não vi maldade nenhuma. Vamos manter o ambiente distensionado, em que o brasileiro olhe para a gente e saiba que estamos preocupados em recuperar o País", disse.

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Bolsonaro comentou nesta terça-feira, 28, sobre a conversa reservada com os chefes dos três Poderes e citou esforços do governo para desregulamentação, revogando normas que ele considera "descartáveis" e simplificando a legislação e o licenciamento.

Maia afirmou também que submeterá a proposta de um pacto entre os três Poderes da República, apresentada na terça pelo presidente, aos líderes partidários da Câmara e que o assinará se tiver a concordância da maioria deles.

"Vou discutir com deputados os textos para ver o que eu posso assinar em nome da Casa. Se tiver a maioria dos líderes, pelo menos, porque eu tenho que representar a maioria num documento que seja assinado pela Câmara", disse.

Maia esteve na Câmara por pouco mais de meia hora nesta manhã porque o presidente Jair Bolsonaro foi à Casa para acompanhar uma sessão solene em homenagem ao artista Carlos Alberto de Nóbrega. O chefe do Executivo foi à pé do Palácio do Planalto ao Congresso e pegou até mesmo os deputados de surpresa.

De acordo com Maia, a visita de Bolsonaro ao Congresso não havia sido confirmada previamente. "Havia a possibilidade, mas não estava confirmada. (...) Ele me ligou mais cedo e disse que vinha, mas veio rápido demais", disse.

Para Maia, o gesto mostra que há uma melhora no clima entre os mandatários. "É bom o presidente vir aqui, prestigiar o homenageado, a Câmara. A gente precisa mais de diálogo e proximidade do que de conflito. O Brasil está precisando", afirmou.

O deputado destacou ainda que a proximidade do Executivo com o Legislativo é importante porque "a construção das votações de interesse do Brasil e também do governo passam muito pela liderança do presidente da República, dos seus aliados."

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