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Não sofri pressão para interferir em Lava Jato, diz Cardozo

Ministro da Justiça disse à CPI da Petrobras que nunca recebeu pressão da presidente Dilma Rousseff para interferir em qualquer investigação

"Quem não quer sofrer ataques, que não entre na vida pública", declarou José Eduardo Cardozo (Agência Brasil / Valter Campanato)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2015 às 18h26.

Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse na tarde desta quarta-feira, 15, que nunca recebeu pressão da presidente Dilma Rousseff para interferir em qualquer investigação.

Cardozo declarou aos deputados da CPI da Petrobras que o dia em que a presidente não o quiser no Ministério, ele sairá e ficará "na trincheira do cidadão comum".

O ministro comentou que a corrupção é um fenômeno histórico no Brasil, que começa no século 16. "O sistema político brasileiro é uma das principais causas da corrupção", concluiu.

Cardozo negou que encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e com a presidente Dilma na cidade do Porto, em Portugal, tenha sido para tratar da Operação Lava Jato.

Segundo ele, o teor da conversa foi o reajuste do Judiciário e outros ministros do STF sabiam do jantar com a presidente. "Foi uma situação absolutamente pública", reforçou.

Sobre as críticas que vem sofrendo, o ministro respondeu: "Quem não quer sofrer ataques, que não entre na vida pública. Quem está na chuva é para se molhar".

Vazamentos

O ministro da Justiça condenou os vazamentos ilegais de informações sobre as investigações da Operação Lava Jato.

Cardozo disse que vazamentos geram situações nocivas. "Acho lamentável que muitas vezes algumas pessoas são atingidas em sua honra", afirmou.

Ele lembrou que as delações premiadas não são "sentenças condenatórias" e que os delatores podem mentir. "O que ele diz não tem valor probatório", destacou.

O ministro ponderou que algumas informações das investigações são do próprio juiz Sérgio Moro, que resolve divulgá-las, mas outras são completamente ilegais.

Ele disse que sempre que há vazamentos ilegais, é determinada a abertura de inquérito. "Acho inaceitável que se vaze informação".

Odebrecht

Cardozo disse ainda que "só nas ditaduras advogados não podem ser recebidos" pelo Ministério da Justiça. "Repilo com veemência aqueles que acham que é indevido", respondeu.

Cardozo foi questionado sobre o encontro com advogados da Odebrecht no Ministério da Justiça.

Ele explicou que os defensores fizeram reclamações de situações indevidas e que a reunião se deu dentro da competência do Ministério. "Não receber advogados é violação da lei", justificou.

Cardozo defendeu o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais e disse que o atual sistema sustenta o ciclo da corrupção no País.

"Não podemos ser complacentes com a corrupção, venha de onde ela vier".

O ministro disse ainda que os corruptos devem ser punidos. "Se eventualmente um militante, ou um ou outro dirigente cometeu equívoco, tem que pagar o preço. Temos que parar com a mania de proteger os amigos e pedir a punição dos inimigos", sustentou.

Ele disse que frequentemente se reúne com autoridades, entre eles o procurador-geral Rodrigo Janot.

O ministro disse que, nos últimos meses, se encontrou pelo menos cinco vezes com Janot para tratar de diversos assuntos.

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Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse na tarde desta quarta-feira, 15, que nunca recebeu pressão da presidente Dilma Rousseff para interferir em qualquer investigação.

Cardozo declarou aos deputados da CPI da Petrobras que o dia em que a presidente não o quiser no Ministério, ele sairá e ficará "na trincheira do cidadão comum".

O ministro comentou que a corrupção é um fenômeno histórico no Brasil, que começa no século 16. "O sistema político brasileiro é uma das principais causas da corrupção", concluiu.

Cardozo negou que encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e com a presidente Dilma na cidade do Porto, em Portugal, tenha sido para tratar da Operação Lava Jato.

Segundo ele, o teor da conversa foi o reajuste do Judiciário e outros ministros do STF sabiam do jantar com a presidente. "Foi uma situação absolutamente pública", reforçou.

Sobre as críticas que vem sofrendo, o ministro respondeu: "Quem não quer sofrer ataques, que não entre na vida pública. Quem está na chuva é para se molhar".

Vazamentos

O ministro da Justiça condenou os vazamentos ilegais de informações sobre as investigações da Operação Lava Jato.

Cardozo disse que vazamentos geram situações nocivas. "Acho lamentável que muitas vezes algumas pessoas são atingidas em sua honra", afirmou.

Ele lembrou que as delações premiadas não são "sentenças condenatórias" e que os delatores podem mentir. "O que ele diz não tem valor probatório", destacou.

O ministro ponderou que algumas informações das investigações são do próprio juiz Sérgio Moro, que resolve divulgá-las, mas outras são completamente ilegais.

Ele disse que sempre que há vazamentos ilegais, é determinada a abertura de inquérito. "Acho inaceitável que se vaze informação".

Odebrecht

Cardozo disse ainda que "só nas ditaduras advogados não podem ser recebidos" pelo Ministério da Justiça. "Repilo com veemência aqueles que acham que é indevido", respondeu.

Cardozo foi questionado sobre o encontro com advogados da Odebrecht no Ministério da Justiça.

Ele explicou que os defensores fizeram reclamações de situações indevidas e que a reunião se deu dentro da competência do Ministério. "Não receber advogados é violação da lei", justificou.

Cardozo defendeu o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais e disse que o atual sistema sustenta o ciclo da corrupção no País.

"Não podemos ser complacentes com a corrupção, venha de onde ela vier".

O ministro disse ainda que os corruptos devem ser punidos. "Se eventualmente um militante, ou um ou outro dirigente cometeu equívoco, tem que pagar o preço. Temos que parar com a mania de proteger os amigos e pedir a punição dos inimigos", sustentou.

Ele disse que frequentemente se reúne com autoridades, entre eles o procurador-geral Rodrigo Janot.

O ministro disse que, nos últimos meses, se encontrou pelo menos cinco vezes com Janot para tratar de diversos assuntos.

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