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Não seria irresponsável de indicar alguém sem competência, diz Bolsonaro

Bolsonaro rebateu críticas sobre nepotismo e o despreparado de Eduardo para o cargo de embaixador nos Estados Unidos

Bolsonaro: "Qualquer coisa que não der certo vai cair no meu colo", criticou o presidente (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
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Reuters

Publicado em 19 de julho de 2019 às 13h44.

Última atualização em 19 de julho de 2019 às 14h42.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro reafirmou nesta sexta-feira que indicará o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho, para ser embaixador nos Estados Unidos e rebateu as críticas de nepotismo ou despreparado de Eduardo alegando que não cometeria um crime ou enviaria alguém sem competência para Washington.

"É só consultar a súmula do STF (Supremo Tribunal Federal). Alguém acha que eu iria cometer um crime?", disse ao ser perguntado sobre o que diria aos que o acusam de nepotismo.

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"Qualquer coisa que não der certo vai cair no meu colo. Eu não seria irresponsável de indicar um filho meu sem competência para uma função tão importante quanto essa", continuou.

O presidente confirmou que apenas espera a resposta do governo norte-americano sobre se aceita ou não Eduardo como embaixador para então enviar a mensagem ao Congresso com a indicação.

O governo prepara ainda o documento para ser enviado aos Estados Unidos para consultas sobre a indicação de Eduardo. No entanto, o aceite é dado como certo. A estimativa é que o processo leve ainda um mês.

Uma fonte palaciana contou à Reuters que consultas informais foram feitas ainda durante a viagem de Bolsonaro a Washington, em março deste ano, em que Eduardo acompanhou o pai e chegou a participar da reunião privada com o presidente Donald Trump. À época, o deputado ainda não tinha completado 35 anos, idade mínima para ocupar o posto de embaixador.

A revelação de que o presidente pretendia indicar o filho para o cargo foi feita apenas na semana passada, um dia depois de Eduardo completar 35 anos. A medida tem causado polêmica, com críticas mesmo entre apoiadores de Bolsonaro, mas o presidente já afirmou que não se importa com um possível desgaste gerado pela decisão.

Vitrine

Bolsonaro disse achar muito difícil que os Estados Unidos neguem a indicação do seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada brasileira em Washington. Ele afirmou que o filho irá para "trabalhar" e ser uma "vitrine" para o Brasil.

"Ele vai ser vitrine. Acha que eu ia botar uma pessoa que não tivesse competência para exercer uma nobre missão, como essa? O meu filho está indo para trabalhar nos EUA, ele tem um relacionamento com vários países", disse.

Questionado sobre a demora para formalizar a indicação e enviá-la ao Senado, Bolsonaro afirmou que aguardará a consulta ao governo norte-americano. O Brasil precisa enviar aos Estados Unidos o chamado pedido de agrément, que é uma consulta ao país sobre a indicação e, normalmente, é feito de maneira sigilosa para evitar constrangimentos em caso de recusa do nome indicado.

"Duvido, acho muito difícil ter um negativo por parte dos EUA, e ele vai ser o nosso cartão de visitas. Sabe da tremenda responsabilidade que terá pela frente. Havendo uma resposta dos Estados Unidos, a gente comunica o Senado para que seja marcada a data da sabatina", disse.

Bolsonaro admitiu que já conversou com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre a questão. Perguntado sobre a expectativa da aprovação de Eduardo pelos senadores, o presidente da República afirmou que "entra em campo para ganhar o jogo". "Acho que o Senado vai fazer uma boa sabatina e tenho certeza que seja aprovado. Agora, talvez haja o viés político por parte de alguns, eu espero que ele seja aprovado", disse.

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