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"Não houve excesso", diz comandante sobre ação da PM em ato

O comandante de policiamento de SP disse que a PM seguiu o protocolo interno, não cometeu excesso e salvou vidas no protesto contra o governo de Michel Temer


	PM: o comandante de policiamento de SP disse que a PM seguiu o protocolo interno, não cometeu excesso e salvou vidas no protesto contra o governo de Michel Temer
 (Paulo Whitaker / Reuters)

PM: o comandante de policiamento de SP disse que a PM seguiu o protocolo interno, não cometeu excesso e salvou vidas no protesto contra o governo de Michel Temer (Paulo Whitaker / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2016 às 21h41.

São Paulo - O comandante de policiamento da capital, Dimitrios Fyskatoris, disse nesta segunda-feira, 5, que a Policia Militar seguiu o protocolo interno, não cometeu excesso e salvou vidas no protesto contra o governo de Michel Temer que aconteceu neste domingo, 4, no trajeto entre a avenida Paulista e o Largo da Batata. "Não reconheço excesso. A Polícia Militar seguiu o protocolo", disse.

Em entrevista coletiva convocada para dar resposta às acusações de uso excessivo e injustificável de força, o comandante responsável pelo policiamento do ato culpou os manifestantes pelo incidente que ocorreu após o fim do protesto na estação Faria Lima.

Na ocasião, a multidão foi dispersada em meio a bombas de gás lacrimogênio arremessadas pela Polícia. Entre os atingidos pelo gás estavam o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e o ex-ministro Roberto Amaral.

Os parlamentares disseram hoje que vão denunciar junto à OEA o que consideram a ação truculenta da Polícia Militar de São Paulo no protesto.

Na visão de Fiskatoris, a PM agiu de forma reativa. "Durante todo o trajeto policiais militares foram recebidos com xingamentos e arremessos de latas, garrafas e pedaços de paus", afirmou.

Sobre a denúncia que os parlamentares pretendem fazer contra a PM junto à OEA, o major Emerson Macedo, chefe da comunicação social da PM-SP, disse que não há necessidade porque a ação policial estava de acordo com princípios internacionais de direitos humanos.

"A policia Militar está alinhada a todos os princípios internacionais, inclusive o de direitos humanos. Não podemos confundir o discurso retórico com algo efetivamente prático. Respeitamos a opinião do senador e deputado mas entendemos que não há essa necessidade porque estamos alinhados com todos os princípios de Direitos Humanos", disse.

De acordo com o balanço divulgado pela PM, 27 pessoas foram presas e não houve feridos. Não constam no registro as pessoas que foram agredidas por PMs, como o repórter da BBC Brasil, Felipe Souza.

Ele registrou a agressão de policias mesmo depois de se identificar como jornalista. "No incidente que houve ontem, sem feridos, quantas vidas foram salvas?", disse o coronel.

Presos

Segundo ele, os 27 presos foram abordados na rua Vergueiro, antes do protesto, porque estavam "em atitude suspeita". Entre os detidos havia adolescentes que portavam equipamentos de proteção, como máscaras e óculos. "Eles serão indiciados por associação criminosa e corrupção de menores".

Questionado sobre a diferença de atuação da polícia em protestos pró e contra o impeachment, o coronel disse que a policia não tem partido.

Apesar de a PM não ter divulgado, no domingo, a estimativa de público da manifestação, o comandante afirmou que a operação trabalhou com a estimativa de 30 mil pessoas na Paulista.

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