Exame Logo

Não há justificativa para abrir impeachment neste momento, diz Arthur Lira

Presidente da Câmara ressaltou que CPI investiga denúncias contra Bolsonaro; para Lira, impeachment geraria instabilidade

Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). (Pablo Valadares/Agência Câmara)
ACd

Agência Câmara de Notícias

Publicado em 6 de julho de 2021 às 09h54.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que não vê razões para abrir um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro neste momento. Segundo ele, é preciso aguardar novos acontecimentos, e não há até então nenhum fato novo que justifique a abertura do processo.

Lira participou de entrevista na Rádio Jovem Pan nesta terça-feira (6). Ele foi questionado se as denúncias envolvendo suposta prevaricação de Bolsonaro em compras superfaturadas de vacinas pelo Ministério da Saúde e denúncias envolvendo o presidente quando foi deputado, no chamado esquema de "rachadinhas", seriam motivos para se abrir um processo.

Veja também

Lira destacou que aCPIda Pandemia, em funcionamento no Senado, está investigando algumas dessas denúncias e lembrou que há também um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o presidente da Câmara, um impeachment nesse momento traria instabilidade ao País.

“Não podemos institucionalizar o impeachment no Brasil. Não podemos instabilizar o Brasil a cada presidente eleito. As eleições são feitas de quatro em quatro anos para escolher o presidente”, disse. “Nessa situação, o que a CPI está trazendo são depoimentos, que trouxeram uma realidade que está sendo investigada. O inquérito no STF está tendo andamento normal, sem açodamento. Neste momento, a presidência da Câmara tem o papel de atuar com imparcialidade e neutralidade”, acrescentou Lira.

Reforma tributária

Lira reafirmou que, na proposta de reforma tributária que tramita na Câmara, não haverá aumento da carga tributária. Segundo ele, o debate está sendo feito de forma transparente com o setor produtivo, com o governo, com os demais entes federados e todos os que geram riqueza no País.

Para o presidente, não haverá, por parte do governo “uma sanha arrecadatória”, pois o Congresso vai corrigir as disparidades no texto. Lira ressaltou que alguns empresários tem se colocado contra a proposta em razão de não quererem pagar dividendos.

“Vamos fazer com que quem ganha mais pague mais. Alguns empresários não podem se aproveitar para não pagar dividendos”, declarou o presidente.

Arthur Lira informou que o relatório do texto que autoriza a iniciativa privada a operar os serviços postais (Correios) será apresentado ainda hoje aos líderes partidários. Ele disse esperar que até a primeira quinzena de agosto a proposta seja pautada no Plenário da Câmara.

Voto impresso

Em relação à polêmica proposta que autoriza o voto impresso nas urnas eletrônicas, Lira afirmou que não tem compromisso com a aprovação ou a rejeição do texto, mas, sim, com o debate. Segundo ele, a PEC está seguindo sua tramitação normal e não haverá, por parte dele, interferência nas avaliações partidárias sobre o tema.

“O debate é esclarecedor, vamos buscar um consenso e, se o Congresso votar, é claro que a Justiça Eleitoral teria de implementar. Eu não tenho queixas da urna eletrônica, mas se não tem problema no sistema, não vejo problemas em ter uma auditagem. É melhor do que ter uma eleição questionada”, ponderou Lira.

Acompanhe tudo sobre:Arthur LiraCâmara dos DeputadosGoverno BolsonaroImpeachmentJair Bolsonaro

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame