O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: prisão do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, na última sexta-feira, gerou especulações (AFP / Juan Mabromata)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2015 às 16h57.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é investigado pela operação Lava Jato, que apura um esquema de bilionário de corrupção na Petrobras, informou nesta quinta-feira a 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, que concentra as ações sobre o caso.
A nota da 13ª Vara foi divulgada após ser apresentado um pedido de habeas corpus preventivo em favor de Lula sem o conhecimento do ex-presidente por um popular.
A declaração da Justiça de que o ex-presidente não é alvo de investigação também reitera a informação obtida pela Reuters na terça-feira junto ao Ministério Público Federal de que Lula não está no rol dos investigados pela Lava Jato.
"A fim de afastar polêmicas desnecessárias, informa-se, por oportuno, que não existe, perante este Juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas do excelentíssimo ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva", afirma a nota divulgada pela Justiça.
O habeas corpus preventivo, proposto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região por um consultor de Campinas (SP) sem o conhecimento de Lula, foi rejeitado nesta quinta-feira pelo desembargador João Pedro Gebran Neto.
“Cuida-se apenas de aventura jurídica que em nada contribui para o presente momento, talvez prejudicando e expondo o próprio ex-presidente, vez que o remédio constitucional (habeas corpus preventivo) foi proposto à sua revelia”, escreveu o desembargador em sua decisão.
A prisão do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, na última sexta-feira, gerou especulações na imprensa de que a Lava Jato estaria mais perto de alcançar Lula, devido à proximidade do ex-presidente com o influente empresário à frente do maior grupo de construção e engenharia da América Latina.
O presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, também foi detido na sexta-feira.
A Lava Jato investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, no qual empreiteiras teriam formado um cartel para vencer contratos de obras da estatal. Em troca, teriam pago propinas a funcionários da empresa, operadores que lavariam o dinheiro do esquema, políticos e partidos.