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Não há compromisso com Doria de compra da vacina, diz Ministério da Saúde

Na tarde de terça-feira, 20, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia afirmado que a pasta faria a compra da vacina, caso a eficácia fosse comprovada

 (Governo de São Paulo/Divulgação)

(Governo de São Paulo/Divulgação)

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Gilson Garrett Jr

Publicado em 21 de outubro de 2020 às 11h38.

Última atualização em 21 de outubro de 2020 às 13h21.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 21, que o governo federal não vai comprar a vacina chinesa, desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. 

“Não houve qualquer compromisso com o estado de São Paulo ou com o seu governador [João Doria]. A reunião tratou apenas de um protocolo de intenção entre o Ministério e o Butantan por se tratar de um grande programa nacional de imunizações. Não há intenção de compra de vacina chinesa”, disse o secretário-executivo. A política vai seguir dando o tom na bolsa? Vai. E você pode aproveitar as oportunidades. Assine gratuitamente a EXAME Research

A fala veio menos de um dia depois de uma reunião entre governadores e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em que ele disse que assinaria um protocolo de intenções para a compra da vacina, caso a eficácia fosse comprovada. 

Na terça-feira, 20, o Ministério da Saúde chegou a informar que o valor pago pelo governo federal seria de 1,9 bilhão de reais. O recurso seria liberado por meio da edição de uma nova Medida Provisória. O Ministério da Saúde já havia anunciado, também, o investimento de 80 milhões de reais para ampliação da estrutura do Butantan.

O presidente Jair Bolsonaro disse, por meio de uma rede social, que o “o povo brasileiro não será cobaia de ninguém” e que a compra só será feita quando a eficácia for comprovada.

Intenção de compra

Além da fala do secretário-executivo, o Ministério da Saúde mandou uma nota à imprensa dizendo que "houve uma interpretação equivocada na fala do ministro da Saúde" durante a reunião de terça-feira, 20.

"Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante, grande parceiro do MS na produção de vacinas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Mais uma iniciativa para tentar proporcionar vacina segura e eficaz para a nossa população, neste caso com uma vacina brasileira, caso fiquem disponíveis antes das outras possibilidades. Não há intenção de compra de vacinas chinesas", diz a nota.

A nota reforçou ainda que os dois únicos compromissos do Ministério da Saúde são com o laboratório AstraZeneca e com aliança global Covax Facility que vai permitir ao Brasil ter acesso a uma de nove vacinas em desenvolvimento atualmente.

Doria diz que Pazuello agiu corretamente

O governador de São Paulo, João Doria, está em Brasília nesta quarta-feira, 21, justamente para falar com parlamentares e com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária sobre a vacina contra a covid-19. Em rápida entrevista com jornalistas, ele disse que Pazuello garantiu a compra da vacina chinesa, caso a eficácia fosse comprovada.

"O ministro anunciou que a vacina do Butantan, assim como outras vacinas que vieram a ser aprovadas, seriam adquiridas para a imunização dos brasileiros. Durante a reunião houve um destaque sim à vacina do Butantan, porque neste momento é a mais avançada. Peço a compreensão do presidente Jair Bolsonaro e o seu sentimento humanitário para compreender que o seu ministro da Saúde agiu corretamente. Agiu baseado na ciência, na saúde e na vida dos brasileiros", disse Doria.

 

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