"Não existem olavetes contra militares", diz Bolsonaro
Governo afirma que não existe nem mesmo uma ala militar na gestão e nega embate com defensores do escritor
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de abril de 2019 às 15h15.
Por João Caminoto, colaboraram Vera Rosa e Adriana Fernandes
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 5, que não há uma disputa entre a ala militar do governo e o grupo do escritor Olavo de Carvalho . Ao lado do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno Ribeiro, Bolsonaro minimizou o confronto, apesar das sucessivas críticas de Olavo ao titular da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, e ao vice-presidente Hamilton Mourão.
"Não existem 'olavetes' contra militares", afirmou Bolsonaro, em café da manhã com diretores de jornais e repórteres de TV, no Palácio do Planalto.
Em reportagem publicada nesta semana, o Estado mostrou que o embate com o grupo de Olavo ocorre em várias áreas do governo, como a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), além do Ministério da Educação. "Agora (dizem que) militares querem a Apex e a Secom. Isso não existe", insistiu Bolsonaro.
Para o general Heleno, não existe nem mesmo uma "ala militar" do governo. "Querem criar dissenso. É uma invenção, fofoquinha", observou o general.
Guru ideológico de Bolsonaro, Olavo de Carvalho tenta ampliar sua influência na Esplanada e, nos últimos dias, postou várias críticas a Santos Cruz nas redes sociais. "O Santos Cruz e similares chamarão de extremista qualquer um que permaneça fiel aos ideais e valores da campanha que elegeu Bolsonaro. Essa gente está no governo para impedir que o presidente cumpra suas promessas de campanha", escreveu ele, recentemente.
Em entrevista ao jornalista Roberto D'Ávila, na Globonews, Santos Cruz classificou Olavo como "personalidade histérica". Ao Estado o escritor afirmou que o general tem "invejinha pueril" e, além disso, "não sabe de onde veio nem para onde vai".