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"Não estamos numa crise institucional", diz Temer

Em palestra no EXAME Fórum, vice-presidente fala de equilíbrio político e critica a recriação da CPMF

Michel Temer, vice-presidente da República, durante EXAME Fórum em São Paulo - 31/08 (EXAME.com)

Michel Temer, vice-presidente da República, durante EXAME Fórum em São Paulo - 31/08 (EXAME.com)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 31 de agosto de 2015 às 14h06.

São Paulo - Michel Temer, vice-presidente da República, afirmou hoje que o Brasil não vive uma crise institucional. “Não vamos ignorar que há uma crise econômica e uma política”, disse Temer. “As instituições, no entanto, estão funcionando bem. O Legislativo e o Judiciário funcionam larga e abertamente, com extrema liberdade”.

A declaração foi feita durante o EXAME Fórum, realizado nesta segunda-feira no Hotel Unique, em São Paulo. O ministro do TCU, Augusto Nardes, o juiz Sérgio Moro e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também participam.

A falta de base política foi citada por Temer como um dos motivos para a delicada situação do governo. “Uma vez que não temos o pleno apoio do Congresso, a governabilidade é fragilizada”, disse.

Até o início da semana passada, o vice-presidente estava à frente da articulação política, sendo responsável pela negociação de cargos e emendas parlamentares com a base governista.

A decisão de deixar o “varejo”, como costuma dizer, veio após a aprovação das medidas de ajuste fiscal. “Fui até a presidente e disse que já tinha cumprido meu papel. Ela me pediu que cuidasse da macropolítica e de alguns pontos estratégicos”, disse. “Vou continuar fazendo o necessário para o país”. 

Críticas

Em diversos momentos da palestra, Temer pediu harmonia e uma “união de forças” para o país “sair da crise mais forte do que entrou”.
Temer afirmou ainda que o país “não suporta mais um aumento de carga tributária” e disse que o caminho mais desejado é o do corte de gastos.

“O que a sociedade não aplaude é o retorno repentino de um tributo”, disse sobre a recriação da CPMF. A proposta foi abandonada por Dilma Rousseff depois de render uma série de críticas. 

“Em conversa com a presidente, ponderei que era preciso preparar o ambiente”, disse. “A essa altura do campeonato, não podemos nos dar o luxo de uma derrota fragorosa no Congresso”.

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