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Na TV, Bolsonaro foca em voto feminino e tenta aumentar rejeição de Lula

No começo da peça publicitária, a campanha de Bolsonaro contrapõe duas falas de Lula

A campanha à reeleição tem tentado suavizar a imagem do chefe do Executivo para atrair o voto feminino (Alan Santos/PR/Flickr)

A campanha à reeleição tem tentado suavizar a imagem do chefe do Executivo para atrair o voto feminino (Alan Santos/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de setembro de 2022 às 18h47.

Na propaganda que foi ao ar nesta terça-feira, 13, no horário eleitoral gratuito na TV, o presidente Jair Bolsonaro (PL) focou no público feminino, no qual ele tem alta rejeição. A peça publicitária tem como protagonista a primeira-dama, Michelle, e faz críticas a declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as mulheres.

A campanha à reeleição tem tentado suavizar a imagem do chefe do Executivo para atrair o voto feminino.

"Em sua posse, Bolsonaro protagonizou uma das mais belas cenas de valorização da mulher. Quebrando todos os protocolos, foi Michelle quem primeiro falou à nação. Um gesto claro de respeito às mulheres e da importância de sua companheira naquele momento tão especial para o País", diz a locutora da propaganda, em referência ao discurso em libras que a primeira-dama fez em 1º de janeiro de 2019, na posse. "Mesmo com esse jeitão dele, ele faz muito pelas mulheres", afirma, em outro trecho.

Michelle também elogia o marido na peça publicitária. "Se para alguns parece estranho que o Jair tenha feito tanta coisa para a proteção das mulheres é porque não conhecem o presidente", diz a primeira-dama, que é vista pela campanha como um trunfo para atrair o eleitorado feminino, principalmente mulheres religiosas.

"Não é com discurso que o Jair demonstra respeito pelas mulheres é com realizações", diz a locutora da propaganda em outro trecho. Desde que a campanha eleitoral começou, os esforços do comitê bolsonarista para melhorar a imagem de Bolsonaro entre as mulheres não surtiu efeito.

No primeiro debate presidencial na TV, o presidente chegou a atacar a jornalista Vera Magalhães e a candidata Simone Tebet (MDB). O chefe do Executivo tem um histórico de frases machistas e misóginas, como quando disse que só não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merecia".

No começo da peça publicitária, a campanha de Bolsonaro contrapõe duas falas de Lula. Em uma delas, o petista diz que em seu governo as mulheres eram tratadas com respeito.

"Quer bater em mulher? Vai bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa" diz a outra declaração do ex-presidente, criticada nas redes sociais. Lula falava durante um comício e lembrava que criou a Lei Maria da Penha para punir casos de violência doméstica. Na fala original, o petista acrescenta: "... não no Brasil, porque nós não podemos aceitar mais isso."

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