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Na Rocinha, 38 pessoas morreram desde setembro na luta do tráfico

Polícia Militar do Rio de Janeiro contabiliza "35 criminosos, um policial e uma mulher" mortos até a última sexta-feira

Rocinha: desde a semana passada, a população local voltou a conviver com o medo e os casos de ferimentos por bala perdida voltaram a acontecer (Bruno Kelly/Reuters)

Rocinha: desde a semana passada, a população local voltou a conviver com o medo e os casos de ferimentos por bala perdida voltaram a acontecer (Bruno Kelly/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 07h01.

Rio de Janeiro - Desde que a favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, passou a conviver com tiroteios frequentes, em setembro do ano passado, 38 pessoas já foram assassinadas.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro contabiliza "35 criminosos, um policial e uma mulher" mortos até a última sexta-feira, 26.

Não faz parte da estatística a jovem Ana Luiza Carvalho da Silva, de 19 anos, encontrada morta em sua casa. Ela é reconhecida na comunidade como ex-mulher de um traficante e teria sido assassinada por vingança.

Os tiroteios na Rocinha ficaram mais intensos com o comando do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, de retomar o comércio ilegal de drogas no morro, então liderado por Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157.

Nem está preso desde 2011 e Rogério 157 foi capturado em dezembro. A guerra do tráfico aparentava estar controlada pela polícia e Forças Armadas após a prisão de Nem.

Mas, desde a semana passada, a população local voltou a conviver com o medo e os casos de ferimentos por bala perdida voltaram a acontecer.

A morte que causou maior repercussão, inclusive na imprensa internacional, foi a da turista espanhola, Maria Esperanza Ruiz Gimenez, de 61 anos, assassinada há três meses.

O carro em que estava furou um bloqueio policial e foi alvo de disparos. Ela foi atingida no pescoço, chegou a ser socorrida, mas morreu antes de chegar ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, zona sul do Rio.

O mais recente episódio de violência na Rocinha aconteceu nesse sábado, 27. A costureira Hilda Pereira, de 70 anos, foi baleada na cabeça e em um dos braços quando saía de casa para entregar encomendas na vizinhança.

Operada no Hospital Miguel Couto, ela não corre risco de morrer. Neste domingo, 28, o tiroteio persiste, mas, até o fim desta tarde, não há informação de novos feridos.

Pelas contas da PM, desde setembro, nove moradores foram atingidos. A estatística, no entanto, não inclui a costureira Hilda, o que eleva o número de casos de ferimento para dez.

A polícia ainda contabiliza 82 prisões e 17 apreensões de menores de idade, além da captação de dezenas de armas e explosivos e de mais de duas toneladas de drogas.

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