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Na rede estadual, 28% dos alunos já sofreram violência

Segundo pesquisa, os problemas mais comuns são agressão verbal (16%) e bullying (10%)


	Lousa e giz em sala de aula de escola: o levantamento também concluiu que 44% dos professores da rede já sofreram agressões dentro da escola
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Lousa e giz em sala de aula de escola: o levantamento também concluiu que 44% dos professores da rede já sofreram agressões dentro da escola (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 11h24.

São Paulo - Entre os alunos da rede estadual de São Paulo, 28% já sofreram algum tipo de violência na escola. Os problemas mais comuns são agressão verbal (16%), bullying (10%), agressão física (8%), discriminação (2%) e furto (2%). Os números, divulgados nesta quinta-feira, 28, são de uma pesquisa feita pelo Data Popular a pedido do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

"Esta é a primeira vez que conseguimos analisar a violência por três óticas e, sob qualquer uma delas, é alarmante ", diz Renato Meirelles, do Instituto Data Popular. O estudo foi feito entre 25 de outubro e 5 de novembro de 2013, com 700 pais e 700 alunos em cada uma das sete macrorregiões da Apeoesp.

Esta é a segunda parte de uma pesquisa que teve os primeiros resultados divulgados em maio. Na primeira etapa, o levantamento concluiu que 44% dos professores da rede já sofreram agressões dentro da escola.

De acordo com o Data Popular, é alto o porcentual de alunos que afirmam ter ficado sabendo de algum caso de violência dentro de sua escola: 77%. Entre os professores o porcentual é de 84%. Já os pais são os que têm menos conhecimento sobre o tema: apenas 51% afirmam que já souberam de algum caso nas escolas dos filhos.

A dona de casa Sandra Rodrigues Moraes, mãe de uma aluna de 11 anos da Escola Estadual Antoine de Saint Exupéry, na zona norte da capital, conta que a filha sofre com frequência consequências da violência escolar. "Sempre tem crianças batendo nela, chamando de ‘dentuça’. Outro dia ela beliscou e empurrou uma outra criança", relata.


Depois do episódio, ela foi chamada à escola para resolver a situação. "Fui conversar com a diretora, a professora mediadora de conflitos e os pais da outra criança para resolvermos a situação juntos", conta.

A Secretaria da Educação do Estado afirma que "atua em alinhamento permanente com pais e mães dos alunos "para evitar esse tipo de problema e destaca o papel do professor mediador, que atua na resolução de conflitos.

De acordo com o levantamento, os pais têm uma percepção de que a violência na escola piorou nos últimos anos: 74% afirmam acreditar que hoje a escola é "muito mais violenta" do que em seu tempo de estudante. Segundo Renato Meirelles, muito do que acontece dentro da escola é causado pelo ambiente externo. "Os pais não podem ter um ambiente violento, isso aumenta os casos de agressão na escola." De acordo com a pesquisa, seis em cada dez pais veem punições físicas como uma solução para o comportamento dos filhos.

Para a psicóloga Beatriz de Paula Souza, do Serviço de Orientação à Queixa Escolar da USP, a violência não pode ser atribuída apenas a fatores externos. "É um erro retratar a escola como mera vítima. Pelo contrário, ela é potente para reverter essa situação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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