Marielle Franco, vereadora do PSOL morta no Rio de Janeiro (Câmara do Rio/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de março de 2018 às 13h26.
Última atualização em 16 de março de 2018 às 13h39.
A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito nesta sexta-feira, 16, sobre as cápsulas das armas usadas no assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco.
Perícia da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio divulgada pela Rede Globo esta sexta-feira concluiu que lotes das cápsulas foram vendidos à Polícia Federal em dezembro de 2006.
Marielle foi assassinada na noite de quarta-feira, 14, após reunião com grupo de mulheres negras na Lapa, na região central do Rio. Os assassinos alvejaram quatro vezes o rosto da parlamentar. Outras três balas mataram o motorista dela, Anderson Pedro Gomes.
A PF informou que, "além da investigação conduzida pela Polícia Civil pelo crime de homicídio, já foi instaurado inquérito no âmbito da Polícia Federal para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local do crime".
"A Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro reiteram o seu compromisso de trabalhar em conjunto para a elucidação de todos os fatos envolvendo os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, ocorrido na noite da última quarta-feira, no Rio de Janeiro", afirma a PF em nota.
A polícia acredita que o carro onde estava Marielle foi seguido pelo veículo onde estava o assassino desde que ela saiu da reunião na Lapa.
O motivo é que, embora os vidros do automóvel de Marielle estivessem cobertos por película escura, os bandidos pareciam saber exatamente onde ela estava sentada – a vereadora não costumava ir atrás. Foi na direção daquele ponto que os disparos foram feitos. A exatidão dos tiros também chamou a atenção dos investigadores.
Segundo a TV Globo, imagens de câmeras mostram que um carro parado por duas horas perto de onde Marielle participava do evento. Esse automóvel teria saído quando o veículo de Marielle deixou o local.
A principal linha de investigação é de execução.
“Uma das possibilidades, sim, é essa da execução. Mas não descartamos ainda outras (possibilidades) até porque o crime aconteceu há 10, 12 horas”, disse o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, na manhã de quinta-feira, 15.
Marielle acompanhava a intervenção federal na segurança pública do Rio na condição de vereadora, como forma de coibir abusos das Forças Armadas e da polícia a moradores de comunidades. Há oito dias, recebeu denúncias envolvendo PMs que patrulham a Favela de Acari, na zona norte do Rio.
A vereadora compartilhou a notícia em seu perfil no Facebook, com a inscrição ‘Somos todos Acari, parem de nos matar” no último sábado (10).