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Mulheres lideram lista de criminosos mais procurados de SP

Duas mulheres são tidas pela Polícia Civil como as pessoas mais procuradas do Estado pela prática de golpes


	Crime: Regina Helena de Miranda, de 58 anos, a criminosa mais procurada de São Paulo, tem 23 mandados de prisão contra ela
 (Getty Images)

Crime: Regina Helena de Miranda, de 58 anos, a criminosa mais procurada de São Paulo, tem 23 mandados de prisão contra ela (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2014 às 10h13.

São Paulo - Em um universo predominantemente masculino, o da criminalidade, duas mulheres quebram a lógica e são tidas pela Polícia Civil de São Paulo como as pessoas mais procuradas do Estado.

Diferentemente dos homens, geralmente presos por tráfico de drogas, roubo e homicídio (crimes que envolvem violência física), elas escapam da polícia há mais de seis anos depois de terem praticado golpes. A primeira é acusada de fraudar a Previdência Social. A segunda vendia terrenos que não eram dela. Juntas, elas têm 42 mandados de prisão expedidos e não cumpridos.

Regina Helena de Miranda, de 58 anos, a criminosa mais procurada de São Paulo, tem 23 mandados de prisão contra ela. Nunca passou nenhuma noite sequer atrás das grades. Ex-funcionária da Previdência Social, ela é acusada de obter benefícios sociais em nome de terceiros, sem que os beneficiados soubessem, para ficar com o dinheiro.

Investigação feita pela Polícia Federal entre 1998 e 2008 identificou 16 vítimas de Regina. Ela tinha ao menos outros três parceiros nos golpes. Todos trabalhavam em uma unidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Brás, na região central da capital.

Assim que soube que seu esquema havia sido descoberto, Regina desapareceu. Na época, policiais chegaram a monitorar seus filhos, residentes na capital, e imóveis que ela poderia usar como esconderijo no interior do Estado.

Em seis anos, ela nunca apareceu em nenhum desses lugares. "Alguns comparsas dela já foram presos, cumpriram as penas e foram soltos", diz o delegado Fábio Sanches Sandrin, da Divisão de Capturas da Polícia Civil, responsável por atualizar a lista de foragidos.


Clássica.

A segunda pessoa mais procurada no Estado, Fátima de Freitas Morgado, de 45 anos, é ainda mais "escorregadia". A polícia nem sequer tem uma foto dela - requisito básico para constar em uma lista de procurados. Há 19 mandados de prisão em seu nome.

Fátima é descrita como uma estelionatária clássica: corretora de imóveis, dava golpes vendendo terrenos que não eram seus, segundo as investigações policiais. Entre 2004 e 2008, fez 37 vítimas. Agia na região de Atibaia e em Aparecida.

Volume. O feito dessas duas mulheres - de liderar a lista dos procurados - surpreende ainda mais diante da quantidade de "concorrentes" que elas têm. Há 145 mil mandados de prisão não cumpridos no Estado, sob responsabilidade da Divisão de Capturas.

O departamento é uma espécie de central de arquivos da polícia: casos esclarecidos, mas cujo autor não é detido, vão parar ali. E cabe ao departamento investigar tudo mais uma vez, para tentar achar uma brecha que possa levar ao paradeiro do foragido.

"Tentamos identificar parentes próximos, cruzamos dados com as Secretarias de Educação para saber onde os filhos estão estudando, é um trabalho de pesquisa, principalmente", diz o delegado Sandrin.

Ele ressalta que o número de mandados reflete, também, o sistema pouco inteligente: casos de pessoas já mortas, com mais de um RG ou que já foram presas e não foram retiradas do sistema, ainda estão na lista.

Descontado tudo isso, diz o delegado, há cerca de 60 mil foragidos. "Cerca de 20% das pessoas que constam da lista estão lá por dívidas de pensão alimentícia", diz Sandrin. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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